Os fantasmas da guerra colonial na construção identitária das personagens em Mário de Carvalho e Lobo Antunes

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A guerra colonial é uma das grandes feridas que ainda sangra no povo português e se a literatura é o reflexo da cultura de um povo, é através dela que se pode capturar algumas das características da identidade nacional que passam a surgir, à sombra do fantasma da guerra colonial. Autores pós-colonialistas, a partir da reflexão do que significa ser português buscam uma representação simbólica do conceito de identidade num período de desconstrução das bases sólidas. Alguns aspectos das conseqüências que a guerra colonial trouxe para a representação da identidade nacional portuguesa na literatura são apresentados, a partir da construção da narrativa e dos materiais psíquicos dos personagens em Lobo Antunes, nas obras Os cus de Judas e O Esplendor de Portugal; e em Mário de Carvalho no livro Os Alferes, observando a trajetória decadente do ideário de nacionalidade portuguesa. Um processo que procura demonstrar o percurso do épico para o anti-épico, tomando como ponto de partida a (des)construção do romance e das personagens. Lobo Antunes e Mário de Carvalho se constituem como escritores portugueses que se filiaram ao ideário do colonizado, demonstrando em seus romances inovações técnicas narrativas como a hibridização da voz narrativa, a pluralidade de competência do narrador, ou dos narradores, e diversas apropriações do tempo, do espaço e de sinais gráficos.

ASSUNTO(S)

carvalho, mário de literatura portuguesa antunes, lobo, 1942-

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