Os estigmas da Paixão de Cristo: dois casos de invenção ou de impostura mística

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. latinoam. psicopatol. fundam.

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/07/2019

RESUMO

Apesar da rarefação de casos de estigmatização cristã, o interesse por esse fenômeno corporal insólito perdura. Um estudo dos casos Madeleine Lebouc e Yvonne-Aimée de Jesus revela que seus estigmas derivam ou de uma automutilação ou de uma farsa. No entanto, este não é o ponto essencial. Mais frutífera ainda mostra-se a pesquisa focada nesse modo original de relação do sujeito a seu corpo, e principalmente por que ele se sustenta em uma relação mística com Jesus. Orientando-se pela teoria freudiana e lacaniana, o presente artigo demonstra, a partir da clínica, as duas funções principais dos estigmas para esses dois sujeitos, a saber: o tratamento de um gozo louco pertencente ao corpo próprio e a emergência de um processo de representação permitindo assumi-lo e tratá-lo.Although cases of Christian stigmatization have become rare, general interest in this unusual physical phenomenon endures. Yet, a study of the cases of Madeleine Lebouc and Yvonne-Aimée de Jésus has revealed that their stigmata proceed either from self-mutilation or fraud. However, that’s not the main point. Research into this peculiar form of relationship between a subject and his body proves to be quite rewarding, mainly because the phenomenon is sustained by a mystic relation to Jesus. Based on Freud’s and Lacan’s theories and on clinical elements, the present paper describes the two main functions of stigmata for these subjects, i.e. the processing of uncontrollable jouissance assigned to the body itself and the development of a process of representation that enables the subject to accept it and to deal with it.

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