Os efeitos de idade e proximidade à morte sobre os gastos com internação no SUS: evidências com base no caso de Minas Gerais, 2004/2005

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O acelerado processo de envelhecimento populacional que vem marcando a dinâmica demográfica brasileira nas últimas décadas traz consigo enormes desafios relativos ao (re)direcionamento de políticas públicas. Um dos setores onde esse debate é mais instigante é o de saúde, seja pelas mudanças na demanda por serviços em função da transição epidemiológica, aliada ao aumento da longevidade da população, seja em razão do aumento dos gastos com saúde, especialmente se colocados na perspectiva do caráter universal dos serviços e do desafio do seu financiamento público. No caso do Brasil, a questão da elevação dos gastos com saúde ainda não pode ser analisada de maneira consistente, em razão da ausência de bases de dados que forneçam as informações necessárias. Nesta tese, a alternativa foi focalizar os gastos com internação no SUS, tomando como universo de investigação, a experiência de Minas Gerais no biênio 2004/2005. O objetivo foi avaliar se os gastos com internação estão relacionados com idade ou proximidade à morte. Os dados são provenientes do Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS). O método adotado foi o de regressão linear múltipla, capaz de descrever as relações existentes entre as variáveis investigadas (idade, sexo, tempo de internação, status de sobrevivência e proximidade à morte) e o gasto com internações. Os resultados do estudo mostraram que há uma diferença de gastos com internação entre sobreviventes e não sobreviventes, mesmo quando se controla por variáveis como o número de internações, a exemplo do que fora observado por estudos desenvolvidos nos Estados Unidos e Europa. Verificou-se que os gastos com internações realizadas no SUS em Minas Gerais, no biênio 2004/2005, são explicados por outros fatores além da idade, com destaque para os efeitos da proximidade à morte e do tempo de permanência do paciente no hospital. Quanto mais próximo do mês do óbito, mais cara tende a ser a internação e o efeito da proximidade à morte tem maior peso sobre os gastos nas idades mais jovens. Dessa forma, políticas voltadas para a promoção da saúde podem ter um efeito benéfico tanto para a população quanto para os gastos com saúde, postergando a idade da morte e prolongando o período de vida saudável.

ASSUNTO(S)

sistema Único de saúde (brasil) teses. demografia teses. serviços de saúde minas gerais teses economia da saúde minas gerais teses.

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