Os cotistas negros na universidade: perfis e representações

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Esta pesquisa analisou o desempenho, a inserção e as representações dos cotistas negros sobre a política de cotas nos seus primeiros anos no curso na Universidade Estadual de Ponta Grossa. A pesquisa buscou; descrever as representações que os alunos das cotas 1 (universal) e 3 (negros) apresentam em relação às cotas para negros, bem como analisar as relações que os cotistas negros estabelecem no cotidiano social e acadêmico tanto com os professores quanto com os colegas do curso em que frequentam. Os autores que sustentaram as discussões teóricas foram: Rüsen (1987 e 2006), Freire (1982, 1986, 1996), Cerri (2001) e Pacievitch (2007), Skliar e Dushatzky (2001), Rios (2005) e Silva e Silvério (2003), Henriques (2004), Chauí (2001), Siss (2003), Neves (2005), Carvalho (2004), Brandão (2005), Gomes (2001), Sá (1996) e Spink (1995). A base metodológica é a pesquisa qualitativa, pois demos mais ênfase ao processo de como essa política foi implementada. Para tanto utilizamos inicialmente a pesquisa quantitativa, que compôs o cenário da pesquisa, empregamos o uso de gráficos e tabelas com as notas dos alunos nos vestibulares 2006 e 2007, calculamos as médias por cotas e o desvio padrão de cada curso com relação à cota 3 e à cota 1. Selecionamos alguns cursos da UEPG, para que pudéssemos trabalhar com uma amostragem. Em seguida, partimos para a pesquisa qualitativa, na qual a teoria da Consciência Histórica serviu como base para elaboração dos instrumentos, e a teoria das Representações Sociais para análise. Primeiramente aplicamos questionários para todos os alunos dos cursos selecionados. posteriormente a análise e categorização dos questionários, aplicamos novos questionários e entrevistas somente para os cotistas negros destes mesmos cursos selecionados. Procuramos voltar um olhar mais específico aos efeitos, tanto positivos quanto negativos dessa política do que simplesmente ao produto. Os resultados alcançados por meio desta pesquisa permitiram revelar que as cotas possibilitaram o aumento do acesso da população de alunos negros e de escola pública em 15% na universidade, porcentagem que seria menor caso essa política não existisse. Os alunos da UEPG em geral desconhecem as políticas afirmativas e falam sobre as cotas para negros baseado no senso comum. A grande maioria associa a pequena quantidade de negros na universidade à má qualidade do ensino público. Os alunos cotistas negros sentem discriminação no curso, inclusive por parte de alguns professores, que fizeram questão de deixar explicita sua rejeição às cotas. As diferentes posições sobre as cotas podem ser consideradas por meio das Representações Sociais, como antigas representações sociais dos negros na sociedade que chocam-se com novas representações construídas por aqueles que lutam a favor dos direitos dos negros. Tomando como base os questionários aplicados nos seis cursos da UEPG e os questionários e entrevistas com os cotistas negros, possibilitaram a construção de diagramas que referem-se as representações dos alunos sobre as cotas na UEPG. Assim, faz-se necessário ter em mente que só a aquisição do grau Superior não é condição suficiente para eliminação da desigualdade social e racial. As vagas

ASSUNTO(S)

ações afirmativas educacao affirmative action quotas for people ensino superior cotas para negros higher education

Documentos Relacionados