Os azulejos da Misericórdia: a imagem documento na história da cultura religiosa luso-brasileira
AUTOR(ES)
Ribeiro, Maria Eurydice de Barros
FONTE
História
DATA DE PUBLICAÇÃO
2015-06
RESUMO
Os azulejos portugueses em Portugal e no Brasil são considerados quase sempre como objetos da História da Arte. A proposta deste estudo consiste em abordar os azulejos não como objetos de arte, mas como documentos da história da cultura luso-brasileira. O conceito de imagem documento será desenvolvido por meio da análise de um dos ritos mais importantes da história da cultura religiosa ocidental: a procissão. A atenção do estudo recairá, em especial, sobre a Procissão dos Ossos, que se encontra representada nos painéis de azulejos (séc. XVIII) da Igreja da Misericórdia em Salvador. A Procissão dos Ossos, instituída por D. Manoel em 1498, tinha como objetivo a retirada dos ossos dos justiçados, dando-lhes sepultura. Para a missão, o rei designou a Ordem da Misericórdia. O ato régio se estendeu ao Brasil, quando a primeira Casa da Misericórdia foi fundada na cidade do Salvador, em 1549. O painel, datado do século XVIII, representando a cerimônia, divide o espaço da igreja da Misericórdia com outras duas representações: a procissão do Senhor Morto, introduzida no Brasil (também pelos portugueses), e a Procissão do Fogaréu, introduzida pelos espanhóis. Entre a data da realização da primeira Procissão dos Ossos e o assentamento do painel de azulejos existe um espaço de tempo que permite avaliar a heterogeneidade dos tempos da arte, onde os ritmos diferenciados não coincidem, necessariamente, com os tempos da história.
ASSUNTO(S)
arte religiosa azulejaria cultura luso-brasileira
Documentos Relacionados
- Percursos e desafios da história da educação luso-brasileira
- Vivências culturais paulistas da Ilustração Luso-brasileira
- Urbanismo de colina: uma tradição luso-brasileira
- 4. A real biblioteca e a grandeza da monarquia luso-brasileira
- A arquitetura da alteridade: a cidade Luso-Brasileira na literatura de viagem (1783-1845)