Os artefatos de arremesso dos campos da América Meridional : um estudo de caso das boleadeiras

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O objetivo desta dissertação é entender as boleadeiras num processo histórico contínuo; porém, com diferentes significados. A abordagem utilizada analisa o uso das boleadeiras pelas diferentes parcialidades indígenas do Sul Meridional, nas atividades da caça e da guerra, comentando sua transculturação para o cotidiano do peão campeiro que as utilizou no trabalho nas estâncias de gado. Após a domesticação dos animais, as boleadeiras perdem sua função técnica, mas continuam presentes no contexto cultural do gaúcho como um elemento simbólico que representa e fortalece a sua identidade riograndense. Visando compreender o simbolismo das boleadeiras nos diferentes períodos históricos, realizou-se uma etnografia na cidade de Uruguaiana/RS, na qual se abordou a memória oral dos gaúchos que tiveram a oportunidade de confeccionar e utilizar as suas boleadeiras no trabalho rural. A ênfase das entrevistas é dedicada a conhecer e compreender os atuais significados simbólicos das boleadeiras no contexto cultural do gaúcho, assim como na indumentária, na dança, no CTG, na poesia, nas lendas, na música, no cinema, etc. Na aldeia Polidoro Povo Charrua, em Porto Alegre, efetuou-se uma etnoarquelogia que destaca a maneira como os indígenas se apropriam das bolas de boleadeiras na construção dos seus discursos étnicos como um elemento simbólico que afirma a existência de seus ancestrais Charrua. Nesta pesquisa, as boleadeiras foram pensadas como patrimônios simbólicos que ultrapassam o tempo num processo histórico ressignificativo. Procurou-se, desta forma, construir um trabalho interdisciplinar, contemplando os significados das boleadeiras na memória oral de gaúchos e indígenas com o simples objetivo de colaborar com as futuras pesquisas nesta temática

ASSUNTO(S)

etnoarqueologia simbolismo patrimÔnio cultural historia identidade cultural

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