Órteses de EVA no tratamento para pé torto congênito em recém-nascidos

AUTOR(ES)
FONTE

Cad. Bras. Ter. Ocup.

DATA DE PUBLICAÇÃO

11/11/2019

RESUMO

Resumo Introdução: Pé torto congênito (PTC) é uma deformidade ortopédica caracterizada por uma displasia congênita das estruturas musculoesqueléticas como músculos, tendões, ligamentos, estruturas osteoarticulares e neurovasculares, de origem multifatorial e causa idiopática. Objetivo Oferecer intervenção precoce no tratamento de pé torto congênito de recém-nascidos e apresentar o uso de Etil Vinil Acetato (EVA) como um material para produção de órteses ainda no período neonatal. Método Foi realizada intervenção em recém-nascidos de idade gestacional >37 semanas, de ambos os sexos, diagnosticados com pé torto congênito flexível. As órteses foram desenvolvidas com EVA de espessura 4 mm, velcro e cola quente, utilizando-se prancha de cabelo e tesoura para confecção. Resultados Foram incluídos 15 neonatos no estudo, com PTC bilateral. Para cada confecção de órtese foi usado em média 20 cm2 de EVA e nenhum recém-nascido evoluiu com úlcera de pressão. As órteses foram mantidas por 18 horas inicialmente e nenhuma família apresentou qualquer queixa ou dificuldade em manipular o material em casa, relatando integral satisfação. Aos 60 dias de tratamento, todos os bebês em acompanhamento alcançaram a pontuação 0 pela escala de Pirani, entretanto, por não apresentarem simetria dos pés, foram acompanhados por mais 30 dias. Na análise multivariada, observaram-se diferenças entre as avaliações (p = 0,001), e na comparação de pares, apenas a pontuação dos 30 com 60 dias, foram semelhantes (p = 0,45). Conclusão A rápida intervenção, realizada por profissional habilitado, utilizando-se órteses confeccionadas com EVA, mostrou-se eficaz para o tratamento conservador do PTC em recém-nascidos.Abstract Introduction Congenital clubfoot (CC) is an orthopedic deformity characterized by congenital dysplasia of musculoskeletal structures such as muscles, tendons, ligaments, osteoarticular and neurovascular structures, of multifactorial and idiopathic origin. Objective Offer early intervention for the treatment of congenital clubfoot in newborns, using ethyl vinyl acetate (EVA) to produce braces in the neonatal period. Method Intervention was performed in newborns of both sexes, with gestational age >37 weeks, diagnosed with flexible congenital clubfoot. The braces were manufactured with 4 mm-thick EVA, Velcro and hot glue, using flat irons and scissors. Results Fifteen newborns were included in the study, with bilateral CC and 32 braces. An average of 20 cm2 of EVA was used for each brace and none of the newborns developed pressure sores. Braces were worn initially for 18 hours and no family member expressed any complaint or difficulty in handling the device at home, reporting complete satisfaction. After 60 days of treatment, all the infants in the follow-up achieved a score of 0 on the Pirani scale, but were monitored for a further 30 days because they did not exhibit symmetrical feet. Multivariate analysis revealed differences between assessments (p = 0.001), and in pair comparison, only a score of 30 after 60 days was similar (p = 0.45). Conclusion Rapid intervention, performed by a qualified professional using EVA braces, proved to be effective for conservative treatment of CC in newborns.

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