Orientação sexual e o perfil empreendedor nas micro e pequenas empresas

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/07/2010

RESUMO

As estratégias administrativas e o perfil do empreendedor têm norteado muitos estudos ao longo das últimas décadas, mas poucas contribuições relacionam o tema à questão de gênero e da orientação sexual. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo responder a seguinte pergunta de pesquisa: qual o impacto do gênero e da orientação sexual no perfil e nas estratégias adotadas pelos empreendedores pesquisados? Para isto, utilizou-se de pesquisa quantitativa, com delineamento descritivo e aplicação de questionário semiestruturado, dividido em quatro partes. O instrumento foi aplicado a uma população de 40 respondentes, sendo 20 empreendedores do setor de serviços (10 homens, e 10 mulheres, 5 heterossexuais e 5 homossexuais de cada gênero); e 20 respondentes do setor de comércio (10 homens, e 10 mulheres, sendo 5 heterossexuais e 5 homossexuais de cada gênero). Os resultados apontam que os homossexuais são mais velhos, 80% têm mais de 35 anos enquanto que este percentual não ultrapassa 65% entre os heterossexuais. 60% dos homossexuais e 30% dos heterossexuais pesquisados possuem graduação. Quanto ao perfil preponderante, considerando-se a orientação sexual identificou-se o perfil supervendedor nos heterossexuais e o realizador nos homossexuais. A estratégia dominante na condução dos negócios dos dirigentes proprietários é a prospectora, caracterizando ações para ampliar a linha de produtos/serviços no mercado e destacar a empresa em um ou mais segmentos buscando inovação, pioneirismo e sustentação de mercado. Quanto à percepção social, os resultados apontam que 80% da população respondente reconheceram a presença de estigma no dia-a-dia e demonstraram que suas ações procuram minimizar o efeito deste preconceito na rotina de negociação quanto à condução de seus negócios. 95% não enfrentam dificuldades na concessão de crédito, e 92,5% não perderam clientes ou negócios por conta de sua orientação sexual. A maioria dos respondentes não recebe apoio de sua rede de relacionamentos, mas 45% dos homossexuais pesquisados admitem benefícios provindos da declaração de sua orientação sexual. Entre os heterossexuais este número não excede 5%. Infere-se, portanto, que o gênero e a orientação sexual não impactaram nos resultados sobre o perfil empreendedor e as estratégias utilizadas pelos respondentes na condução de seus negócios

ASSUNTO(S)

perfil empreendedor estratégias administrativas gênero orientação sexual administracao de empresas empreendedorismo; comportamento organizacional entrepreneurial profile administrative strategies gender sexual orientation

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