Organizações de saúde, comunidades lingüísticas e o modelo emblemático dos cuidados paliativos
AUTOR(ES)
Vasconcellos-Silva, Paulo R., Rivera, Francisco Javier Uribe, Siebeneichler, Flávio Beno
FONTE
Cadernos de Saúde Pública
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007-07
RESUMO
O paradigma lingüístico-comunicativo tem a oferecer perspectivas interessantes em um contexto no qual a percepção das necessidades dos pacientes é tida como um passo essencial à humanização da assistência. O presente estudo descreve as organizações de saúde como comunidades lingüísticas com base no marco conceitual da teoria da ação comunicativa de Habermas. No contexto assistencial estão presentes quatro modelos comunicativos: objetivador-instrumental (modelo hegemônico), no qual elementos da interação são objetificados em vista de propósitos clínicos; dialógico com perspectivas estratégicas, no qual as conversações são utilizadas unilateralmente como ferramentas para obter acesso a estados subjetivos; adialógico-transmissional, no qual as trocas lingüísticas são substituídas por artefatos para transmissão de informações; comunicativo pleno, presente nos cuidados paliativos organizados ao redor da assistência domiciliar e dos cuidadores informais, enfatizando a interação entre equipes de saúde e familiares. Com base em tais premissas, consideramos os cuidados paliativos como modelos comunicativos emblemáticos porque fundamentados em times multidisciplinares dedicados à mútua colaboração transdisciplinar. Nesse cenário, a interação lingüística com pacientes e seus familiares serviria como base estruturante das equipes assistenciais.
ASSUNTO(S)
humanização da assistência cuidados paliativos lingüística comunicação