Oportunidades de autorregulação em contexto pré-escolar: percepções e práticas de educadores de infância

AUTOR(ES)
FONTE

Educ. Pesqui.

DATA DE PUBLICAÇÃO

18/03/2019

RESUMO

Resumo Conhecendo as competências das crianças para autorregular as tarefas cotidianas e seguindo uma perspetiva sociocognitiva, procuramos compreender as percepções de educadores de infância sobre a promoção da autorregulação de tarefas. Pretendíamos também conhecer as práticas educativas que promovem oportunidades para as crianças autorregularem tarefas na educação pré-escolar. Realizamos um estudo de casos múltiplos com quatro contextos ao longo de seis meses, entrevistando as educadoras e observando as práticas com os seus grupos de crianças. Nas entrevistas, o aspecto mais destacado pelas educadoras refere que é preciso respeitar o desenvolvimento individual, sendo também necessário potenciá-lo. Nas observações sistemáticas, identificamos 739 indicadores de autorregulação que avaliamos em quatro dimensões: controle emocional e comportamental, controle cognitivo, atitudes prossociais e motivação para a autorregulação. Os resultados permitiram relacionar as dimensões de autorregulação com o discurso das educadoras e as oportunidades observadas nos contextos. As oportunidades que remetiam para o controle emocional e comportamental e o controle cognitivo foram as mais expressivas, no geral, e as de motivação para a autorregulação estiveram em maior número, mas só num contexto. A investigação permite refletir sobre a intencionalidade pedagógica num ambiente onde (quase) tudo é brincar, mas também sublinha a pertinência de desenvolver a autonomia das crianças na educação pré-escolar em graus de liberdade cada vez maiores. Nas implicações do estudo, refere-se que é preciso apoiar os educadores nas suas práticas para que criem oportunidades nos contextos que permitam às crianças deter o papel ativo na construção do conhecimento.Abstract Following a socio-cognitive perspective, preschool children have competencies to self-regulate daily tasks. Considering this, we questioned preschool teachers’ perceptions about the promotion of self-regulation in this context. We also observed educational practices, given children where were opportunities to self-regulate preschool tasks. This was a multiple case study with four schools. We interviewed teachers and observed practices along six months. In the interviews, the most quoted issue was the need to respect children’s individual development, and also the importance of promoting it. In systematic observations, we identified 739 self-regulation indicators categorized in four dimensions: emotional and behavioral control, cognitive control, pro-social attitudes, as well as motivation to self-regulation. The results linked self-regulation dimensions to teachers’ speech and the opportunities children were provided with. The most expressive dimensions were emotional and behavioral control and cognitive control. The motivation to self-regulation dimension was the most emphasized, but only at one school. The discussion reflects how preschool play should have a pedagogical intentionality, but it also highlights that children’s autonomy can be developed in progressively higher degrees of freedom. The pedagogical implications of our study include teachers’ practices so they can promote opportunities for self-regulation. In fact, children should have opportunities to play a central role in their learning process.

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