Ontologia e gênero: realismo crítico e o método das explicações contrastivas

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Ciências Sociais

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-06

RESUMO

Nos últimos quinze ou vinte anos, tem-se estabelecido uma espécie de afinidade eletiva entre a epistemologia feminista e diversos tipos de desconstrutivismo pós-moderno, na medida em que ambos questionam a possibilidade de um conhecimento neutro, universal e relativo a sujeitos cujas identidades são concebidas como totalizantes, homogêneas e fechadas. No entanto, ao alertarem para os perigos da supergeneralização e do essencialismo, muitos dos conceitos e das categorias centrais à teoria feminista têm sido colocados sob suspeição, gerando um ceticismo crescente em relação à possibilidade de emancipação via conhecimento. Meu propósito neste artigo é demonstrar que um deslocamento de questões epistemológicas para questões ontológicas, por meio de uma tradição filosófica conhecida como realismo crítico e, em especial, pelo método das explicações constrastivas, pode contribuir para a produção de um conhecimento crítico e emancipatório, sem incorrer em práticas de universalização a priori, supergeneralização e essencialização.

ASSUNTO(S)

gênero ontologia realismo crítico explicações contrastivas

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