Onças e humanos em regimes de ecologia compartilhada

AUTOR(ES)
FONTE

Horiz. antropol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-08

RESUMO

Resumo: O ponto de partida para este artigo é uma pesquisa de campo realizada entre os anos de 2006 e 2008 em fazendas de gado no sul do Pantanal que abrigavam projetos de conservação da onça-pintada, ou jaguar (Panthera onca). Os dois temas abordados são complementares. O primeiro poderia ser descrito como uma ecologia compartilhada, e se refere aos contrastes e composições possíveis entre as práticas de conhecimento de biólogos da conservação e aquelas de vaqueiros e caçadores do Pantanal. Trata-se, nesse caso, de um estudo de caso que permite algumas considerações sobre as relações complexas entre saberes científicos e tradicionais, problematizando as linhas de continuidade e os conflitos que surgem de um encontro desse tipo. O segundo tema diz respeito às trajetórias individuais de determinados agentes, ou atores, nos estudos de campo biológicos. Trata-se, dessa vez, de pensar o modo como ações específicas, e por vezes inusitadas, de certas onças, são incorporadas às práticas e aos conhecimentos (científicos ou não) constituídos a respeito do comportamento da espécie. Esses dois temas – a saber, conhecimento científico versus tradicional e trajetórias individuais dentro do estudo do comportamento animal – permitem uma reflexão sobre a rede de conservação da onça-pintada a partir de elementos que em geral são ocultados ou invisibilizados nos processos de circulação dos fatos científicos aqui descritos. A aposta do artigo é que o foco nesses atores abra novas perspectivas para as questões socioecológicas que a rede conservacionista em questão é capaz de capturar.

ASSUNTO(S)

conservação onça-pintada pantanal socioecologia

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