On the institution of the moral subject: on the commander and the commanded in Nietzsche's discussion of law

AUTOR(ES)
FONTE

Kriterion

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013-12

RESUMO

O artigo discute como Nietzsche compreende a instituição da lei e da moral em distinção a Kant e à tradição cristã. Ele argumenta que Nietzsche é, em grande medida, inspirado pela mudança de paradigma em direção a um pensamento biológico evolutivo, introduzido por diversos de seus colegas ao final do século XIX, entre os quais F. A. Lange, que vê esta mudança como uma sóbria alternativa científico-materialista a Kant. Em Nietzsche, a imperativa moral kantiana é substituída pela noção de uma moralidade emergente graças a processos civilizatórios históricos ou pré-históricos, impostos a um ser humano de mente débil sem quaisquer disposições racionais inerentes a obedecer à Lei. Ela também é um processo que, em vez de universalizar o ser humano, o cinde em uma dualidade, em que uma parte obedece a antigos e imediatos interesses próprios, e a outra parte obedece a novos 'comandos', que lhe foram gritados 'aos ouvidos' por um chamado 'comandante'. A obediência à lei conduz a duas formas radicalmente diferentes em Nietzsche: indivíduos servis e medíocres precisam ser expostos à disciplina e à punição, para adotar a Lei; enquanto os chamados indivíduos 'soberanos' são capazes de impor a lei a si mesmos. A figura do 'soberano' vem consequentemente sendo o motivo de vigoroso debate, especialmente quanto à tradição anglo-saxônica em pesquisa por Nietzsche, uma vez que seu aparente 'respeito pela lei' e 'senso de dever' reiteram típicas qualidades kantianas. Em relação a essas discussões, sugiro que o 'soberano' de Nietzsche (em um contexto) seja idêntico ao 'comandante' (em outros contextos). Quando o 'soberano', como tal, impõe a lei a si mesmo e aos demais, sua ação é convencional e arbitrária (como a linguagem em Saussure), e é mais irracional que racional, como em Kant. Sua vontade não é uma vontade boa, nem uma vontade racional, com visão para a autonomia humana. Seu comando de si mesmo e dos outros é performativo, portanto, sem valor de verdade (como atos ilocucionários de fala em Austin e Searle).

ASSUNTO(S)

nietzsche kant, f. a. lange indivíduos soberanos lei moral naturalismo

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