Olhares epistemológicos e a pesquisa educacional na formação de professores de ciências

AUTOR(ES)
FONTE

Educ. Pesqui.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-12

RESUMO

Não existe professor de ciências sem uma epistemologia de fundo, sem uma base epistemológica que dê sustentação para o seu trabalho pedagógico. Não há pesquisa propriamente dita sem uma base epistemológica. Assim, para se formar o professor pesquisador, há que se enfrentar o desafio da formação epistemológica e a consequente discussão sobre os olhares epistemológicos. O objetivo do artigo é apresentar algumas das principais abordagens epistemológicas no campo da pesquisa em educação: dialética, positivismo, fenomenologia, estruturalismo e complexidade. A partir da metáfora do olhar, na relação sujeito-objeto do conhecimento, as epistemologias são discutidas enquanto possibilidades de olhares diversos sobre os fenômenos educacionais; ora convergentes, ora divergentes, completando-se ou excluindo-se. O que um olhar epistemológico enxerga outro pode não enxergar. Estaremos, nessa ótica da pesquisa educacional, numa dinâmica constante entre visão e/ou cegueira, a possibilidade de lucidez e/ou obscuridade. A Dialética representa o olhar em movimento, buscando captar o objeto na sua totalidade, desde uma perspectiva histórica de mudanças e contradições. O Positivismo representa o olhar de fora que se distancia buscando quantificar e mensurar o objeto, tornando-o imune à subjetividade daquele que o descreve. A Fenomenologia representa o olhar de dentro, do que é vivenciado e interpretado por sujeitos em determinado momento. O Estruturalismo representa o olhar por baixo que busca captar o que dá sustentação, a estrutura dos fenômenos sociais independente dos seus condicionamentos históricos. A Complexidade representa o olhar multidimensional que busca compreender a realidade no tecido complexus, em conjunto, considerando a incerteza e a incompletude.

ASSUNTO(S)

epistemologia pesquisa educacional formação de professores

Documentos Relacionados