Ocorrência de leucísmo em Eira barbara (Carnivora, Mustelidae) no Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Biota Neotrop.

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/08/2017

RESUMO

Resumo A ocorrência de coloração anômala (albinismo, leucísmo e melanismo) em mamíferos é um fenômeno raro na natureza, mas ela tem sido relatada para diversas espécies. Neste trabalho nós relatamos a ocorrência de leucísmo em Eira barbara por meio do exame de três indivíduos encontrados mortos atropelados por veículos e pela visualização direta de indivíduos vivos na Reserva Particular do Patrimônio Natural Santuário do Caraça, sudeste brasileiro. Em adição, nós consultamos coleções de mamíferos em museus do Brasil e dos Estados Unidos da América. Os animais encontrados mortos e os avistados apresentavam pelagem amarela esbranquiçada no corpo e na cabeça, resultando em uma coloração muito mais clara que o padrão de coloração comumente observado em iraras. Apesar deste padrão de coloração mais claro, os espécimes apresentavam partes do tecido mole, tais como a íris e a pele, com pigmentação muito semelhante àquela presente em indivíduos com padrão de coloração típico da espécie. Este conjunto de fatores indicou que os espécimes registrados eram de fato leucísticos e não albinos. Dentre os espécimes examinados nas coleções científicas, nós encontramos nove indivíduos de diferentes localidades que apresentavam o padrão de coloração esbranquiçado. Alguns estudos atribuem a frequência elevada de casos de leucísmo a pequenas populações e / ou com algum mecanismo de isolamento reprodutivo. Dessa forma, análises da variabilidade genética de populações contendo indivíduos com essas características devem ser consideradas. Por outro lado, a ocorrência de fenótipos de coloração polimórficos em iraras indica que hipóteses podem ser testadas tanto com relação à fixação de caraterísticas recessivas, quanto sobre possíveis vantagens adaptativas ambientais desses fenótipos.

ASSUNTO(S)

leucísmo coloração de pelagem irara serra do caraça

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