Ocorrência de Ehrlichia canis em cães sintomáticos atendidos no Hospital Veterinário da Universidade de Brasília e análise de variabilidade em regiões genômicas de repetição
AUTOR(ES)
Mariana de Fátima Gois Cesar
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008
RESUMO
Ehrlichia canis é o agente etiológico da erliquiose monocítica canina (EMC). A doença, transmitida pelo carrapato marrom do cão Rhipicephalus sanguineus, é endêmica em diversas regiões do Brasil. O presente estudo teve como objetivo investigar a presença de E. canis em cães sintomáticos e avaliar suas correlações com os achados hematológicos de anemia e trombocitopenia. Além disso, foram analisadas seis diferentes regiões genômicas de repetição para a identificação de variabilidade genética em linhagens de E. canis. A amostra incluiu cães admitidos no Hospital Veterinário da Universidade de Brasília (n = 86). A reação de polimerização em cadeia (PCR), tendo como alvo específico seqüências da região 16S rRNA de E. canis, foi utilizada na identificação do microrganismo em amostras de sangue. Em seguida, um grupo de 31 amostras aleatórias, foram examinadas para avaliar a ocorrência de trombocitopenia e anemia. Vinte e quatro animais (27,9%) foram positivos para E. canis. A presença de E. canis foi positivamente relacionada com a trombocitopenia (66,7% versus 16,6%, P <0,05, teste exato de Fisher) e anemia (56,2% versus 13,3%, P <0,05, teste exato de Fisher). A segunda fase deste trabalho investigou a variabilidade genética microbiana. A divergência genética de 11 cepas controle de E. canis foi analisada em alelos de seis diferentes regiões contendo repetições em tandem, ecaj_0017, ecaj_0062, ecaj_0109, ecaj_0221, ecaj_0472, e ecaj_0530. Três dos seis lócus selecionados mostraram polimorfismo genético: ecaj_0017, ecaj_0109, e ecaj_0221. A maior variação ocorreu em ecaj_0109, com alelos apresentando 0, 5, 6, ou 18 repetições. O gene ecaj_0109 (GP36) também apresentou alta variabilidade entre 34 amostras de sangue de cães positivos para E. canis de Brasília; as linhagens exibiram alelos com 5, 6, 9, 10, 14, 15, 16, 17, 18 e 21 unidades repetitivas. Concluindo, os resultados revelaram infecção por E. canis em cães da cidade de Brasília. A região deve ser considerada área endêmica. A prevalência de E. canis foi maior nos cães trombocitopênicos e anêmicos. A variabilidade encontrada em três regiões genômicas de repetição discriminou diferentes linhagens genéticas entre os isolados brasileiros de E. canis.
ASSUNTO(S)
pcr genetic variability repetições em tandem ehrlichia canis tandem repeats ehrlichia canis pcr variabilidade genética outros trombocitopenia anemia anemia thrombocytopenia
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