Ocorrência da raça 3 de Fusarium oxysporum f. sp. lycopersici em lavouras comerciais de tomate para mesa no estado do Rio de Janeiro

AUTOR(ES)
FONTE

Horticultura Brasileira

DATA DE PUBLICAÇÃO

2007-09

RESUMO

A murcha-de-fusário, causada por três raças do fungo Fusarium oxysporum f. sp. lycopersici, é uma das doenças mais importantes do tomateiro. No Brasil, as três raças já foram relatadas, entretanto a raça três encontrava-se restrita apenas ao estado do Espírito Santo. Neste trabalho, sete isolados de F. oxysporum obtidos de plantas com sintomas de murcha, dos híbridos de tomate 'Giovana', 'Carmen' e 'Alambra', em São José de Ubá e Itaocara (estado do Rio de Janeiro) foram caracterizados a nível de raça. Um ensaio de virulência foi conduzido utilizando-se um conjunto de cultivares diferenciadoras de raças: 'Ponderosa' (suscetível a todas as raças), 'IPA-5' (resistente à raça 1), 'Floradade' (resistente às raças 1 e 2) e 'BHRS-2,3' (resistente às três raças). Dois acessos de tomate selvagens (Solanum. pennellii 'LA 716' e S. chilense 'LA 1967'), previamente registrados como resistentes a isolados das três raças de F. oxysporum f. sp. lycopersici, também foram avaliados. Os isolados de São José de Ubá e Itaocara foram altamente virulentos sobre ponderosa 'Ponderosa', 'IPA-5' e 'Floradade' conseguiram infectar algumas plantas de 'BHRS-2,3', induzindo descoloração vascular e uma leve murcha. Solanum pennellii e S. chilense mostraram uma resposta de extrema resistência aos isolados avaliados. Estes resultados indicaram que os sete isolados podem ser classificados como F. oxysporum f. sp. lycopersici raça 3, estendendo a distribuição geográfica desta raça do patógeno no Brasil. Este relato reforça a hipótese de transmissão da doença via sementes contaminadas, uma vez que registra o quase simultâneo aparecimento do mesmo patógeno em duas áreas de produção de tomate geograficamente isoladas (Espirito Santo e Rio de Janeiro). A avaliação de lotes de sementes comerciais importadas para contaminação com este patógeno se faz necessária a fim de evitar a disseminação desta doença para outros estados do Brasil.

ASSUNTO(S)

lycopersicon murcha-de-fusário variabilidade patogênica

Documentos Relacionados