Obesidade e asma: caracterização clínica e laboratorial de uma associação frequente
AUTOR(ES)
Jesus, Juliana Pires Viana de, Lima-Matos, Aline Silva, Almeida, Paula Cristina Andrade, Lima, Valmar Bião, Mello, Luane Marques de, Souza-Machado, Adelmir, Ponte, Eduardo Vieira, Cruz, Álvaro Augusto
FONTE
J. bras. pneumol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2018-05
RESUMO
RESUMO Objetivo: Avaliar a relação entre obesidade e asma. Métodos: Análise preliminar transversal de dados de um estudo de caso-controle com 925 pacientes com asma leve a moderada ou grave, avaliados entre 2013 e 2015. A classificação de obesidade levou em conta o índice de massa corpórea (IMC) e a circunferência abdominal. Foram coletados parâmetros clínicos, laboratoriais, medidas antropométricas e de função pulmonar, assim como resultados de questionários de controle da asma e de qualidade de vida e presença de comorbidades. Resultados: Os indivíduos obesos apresentaram um número significativamente maior de neutrófilos no sangue periférico que os não obesos (p = 0,01). Entre os obesos, 163 (55%) apresentaram positividade no teste alérgico, enquanto os grupos com sobrepeso e IMC normal apresentaram positividade em 62% e 67%, respectivamente. Os parâmetros espirométricos dos indivíduos obesos foram mais baixos que os dos não obesos, e 97 obesos (32%) apresentaram asma não controlada, uma proporção significativamente maior do que a observada nos demais grupos de estudo (p = 0,02). Conclusões: Indivíduos asmáticos e obesos têm pior controle da asma e valores mais baixos de parâmetros de função pulmonar que os não obesos. A proporção de pacientes sem atopia entre asmáticos obesos foi maior que entre os não obesos. Nossos resultados sugerem que indivíduos asmáticos obesos podem apresentar um padrão inflamatório diferente do habitual e doença de mais difícil controle quando comparados com indivíduos asmáticos não obesos.
ASSUNTO(S)
asma obesidade sobrepeso eosinofilia