O vermelho e o negro: intolerância, construção da identidade nacional e práticas educativas durante o estado novo (1937 1945)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

16/08/2011

RESUMO

Este trabalho tem o objetivo de realizar um estudo das relações existentes entre o Estado getulista dos anos de 1937 a 1945, marco cronológico conhecido como Estado Novo e as práticas educativas concernentes a esse período sejam essas práticas especificamente escolares ou não, no sentido de promover a propaganda ideológica varguista e de se construir uma (nova) identidade nacional coletiva. Ao longo das mediações presentes neste processo de construção de identidade (sedimentada em valores como exaltação da pátria e da nação, família e trabalho) podemos observar manifestações de intolerância, expondo, na realidade, relações com o contexto mais amplo da época, notadamente marcado pela ascensão de regimes autoritários fundados tanto na exclusão como na desqualificação de grupos étnicos, religiosos e políticos. Interessa-me de que maneiras as práticas e ideias de intolerância registradas no discurso autoritário faziam-se presentes no universo educacional vivenciado pelas crianças, principalmente nas fontes escolares e extra-escolares, tanto nas cartilhas e nos materiais didáticos em geral, assim como nos suplementos infantis dos jornais mineiros da época. Ao enveredar por esse discurso autoritário durante o Estado Novo de Getúlio Vargas e suas manifestações de intolerância, principalmente aquelas que objetivam atingir o público escolar através dos materiais didáticos, como as cartilhas, restringirei meu olhar a dois grupos em especial, quais sejam, os comunistas e os negros. O discurso autoritário pretendia, além de conformar a nação daquilo que seria sua identidade, daquilo que lhe seria próprio e essencial, inculcar também aquilo que seria indigesto, insalubre e indesejável. Dentro das práticas e discursos desqualificadores da alteridade, a escola passaria a figurar como espaço por excelência no qual ações dessa pedagogia sanitária e desta pretensa purificação racial irão se desenvolver, lugar onde o discurso do Uno, da Nação brasileira harmônica se faz presente e, por consequência, local de intolerância a determinados grupos. Assim, tendo como objeto de análise privilegiado os materiais didáticos destinados às crianças à época do Estado Novo, a preocupação central desta dissertação será a busca do caminho percorrido na construção de práticas e discursos intolerantes através destes materiais, os elementos simbólicos envolvidos nesta urdidura, as representações da realidade construídas junto às crianças, bem como os possíveis vestígios de leitura, as possíveis apropriações que aquelas faziam deste discurso intolerante no qual estavam imersas

ASSUNTO(S)

vargas, getúlio, 1883-1954 história teses. educação brasil história teses. brasil história estado novo, 1937-1945 teses.

Documentos Relacionados