O USO METAFÓRICO DO LÉXICO DA MORTE Uma Abordagem Sociocognitiva
AUTOR(ES)
Thais Fernandes Sampaio
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
Este estudo assume os pressupostos teóricos da Lingüística Cognitiva (LAKOFF, 1987; FAUCONNIER, TURNER, 2002; SILVA, 1997; SALOMÃO,1999; MIRANDA, 2000) e tem como objeto o uso metafórico do léxico da MORTE no Português do Brasil. Seu escopo teórico central é a Teoria da Metáfora Conceptual (LAKOFF; JOHNSON, 2002; LAKOFF, 1993) e a Gramática das Construções (LAKOFF, 1987; GOLDEBERG, 1995; SALOMÃO, inédito). Além disso, considera a discussão sobre a Interação entre Metáforas e Metonímias – nos termos de Antonio Barcelona (2003) – e o trabalho de Zoltán Kövecses (2002) sobre o Escopo da Metáfora. Nossa análise do corpus, constituído através de pesquisa na internet (site de revistas da Editora Abril), partiu da sua confrontação com o frame de Morte – disponibilizado pelo Projeto FrameNet, da Universidade de Berkeley, Califórnia – de onde surgiu o critério para a divisão em dois grupos: (1) Protagonista Ser e (2) Protagonista Entidade . No grupo com Protagonista Ser, mais de 90% das ocorrências envolvem o que nomeamos Construções Superlativas Nominais (ela morria de medo que a achassem ridícula) e Verbais (Morri de rir com O Auto da Compadecida). Segundo nossa hipótese analítica, tais construções definem um domínio semântico de gradação de INTENSIDADE na extremidade da escala. No caso do grupo com Protagonista Entidade, nossa análise parte do reconhecimento de três possíveis sentidos para a MORTE ("MORTE como deixar de existir", "MORTE como parar de funcionar", "MORTE como tornar-se ultrapassado"), a partir dos quais são instanciados três novos frames. Como conclusão do trabalho, postulamos uma rede de Construções, radialmente organizada em termos de herança (GOLDEBERG, 1995 apud SALOMÃO, inédito), partindo do frame básico e tendo como Construção-central a Construção Inacusativa (do tipo João morreu). Ainda evocando um frame básico, temos como instanciação dessa Construção-central uma Construção Inacusativa Causal (João morreu de câncer). Tais Construções originam, através de links metafóricos, as Construções Inacusativas de Personificação (o amor morreu; o carro morreu; o álbum de fotografias morreu) e as Construções Superlativas Nominais e Verbais (morrer de medo; morrer de rir, respectivamente)
ASSUNTO(S)
cognição metáfora léxico linguistica
ACESSO AO ARTIGO
http://www.bdtd.ufjf.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=81Documentos Relacionados
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