O ultrassom anorretal tridimensional pode ser incluído como um método diagnóstico na avaliação da fístula anal antes e após o tratamento cirúrgico?
AUTOR(ES)
MURAD-REGADAS, Sthela Maria, REGADAS FILHO, Francisco Sergio P, HOLANDA, Erico de Carvalho, VERAS, Lara Burlamaqui, VILARINHO, Adjra da Silva, LOPES, Manoel S
FONTE
Arq. Gastroenterol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
06/08/2018
RESUMO
RESUMO CONTEXTO: Não há dados definitivos quanto a níveis diferentes na secção do complexo esfincteriano e o efeito na função do canal anal no tratamento das fístulas anais. OBJETIVO: Avaliar a aplicação do ultrassom anorretal tridimensional no diagnóstico da fístula anal, quantificando o comprimento da musculatura que será seccionada, selecionando pacientes para diferente abordagens e identificando cicatrização e recorrência após tratamento. MÉTODOS: Um estudo prospectivo incluindo paciente portadores de fístula anal criptoglandular, tipo trans-esfinctérica avaliados pelo escore de incontinência fecal, ultrassom anorretal 3D e manometria anorretal antes e após a cirurgia. De acordo com os dados do ultrassom, pacientes do sexo masculino com envolvimento ≥50% do esfíncter externo anterior ou esfíncter externo+puborretal e do sexo feminino com envolvimento ≥40% foram referidos para cirurgia de ligadura do trajeto no espaço inter-esfinctérico (LIFT) ou colocação do sedenho. Aqueles com envolvimento <50% em homens e <40% mulheres foram indicados para fistulotomia em um tempo. Após a cirurgia, a musculatura secccionada (fibrose) e o músculo residual foram medidos e comparados no pós-operatório. RESULTADOS: Um total de 73 pacientes foi incluído. A indicação para LIFT foi significativamente maior em mulheres (47%) e a fistulotomia em homens (46%) e o sedenho similar em ambos os sexos. Sintomas de incontinência leve foi identificado em 31% dos submetidos à cirurgia com divisão de esfíncter e similar em ambos os sexos. O ultrassom identificou sete casos que não cicatrizaram. CONCLUSÃO: O ultrassom anorretal tridimensional demonstrou ser um método efetivo na avaliação da fístula anal, quantificando o comprimento do esfíncter a ser dividido, como demonstrado no resultado pós-operatório, fornecendo um tratamento seguro de acordo com sexo e percentual de músculo envolvido. Adicionalmente, identifica o tecido cicatrizado, tipo de recorrência e a falha no tratamento.
ASSUNTO(S)
malformações anorretais fístula retal incontinência fecal ultrassom
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