O transplante autologo de medula ossea como terapeutica para pacientes com leucemia mieloide cronica

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

INTRODUÇÃO: O papel do transplante autólogo de medula óssea (TMO-auto) para o tratamento da leucemia mielóide crônica (LMC) permanece incerto. PACIENTES E MÉTODOS: Onze pacientes com LMC foram indicados para receber o TMO-auto com célula precursora periférica (CPP) mobilizada até seis meses após o diagnóstico, com o mini-ICE (três pacientes) ou a hidroxiuréia (oito pacientes), e obtida por leucaférese. Os pacientes receberam o interferon alfa (IFN) após o TMO-auto. Amostras de medula óssea (MO) obtidas ao diagnóstico e durante o seguimento foram avaliadas por meio da análise citogenética convencional, do método de hibridização ?in situ? com fluorescência (FISH) e por transcrição reversa e reação em cadeia da polimerase (RT-PCR), para a identificação e a quantificação do cromossomo Philadephia (Ph) e do gene BCR-ABL. RESULTADOS: A mediana de seguimento dos pacientes após o TMO-auto foi de 22,7 meses (variação, 0,7-49,1). Um paciente evoluiu para o óbito durante o período de aplasia da MO após a mobilização da CPP. Dez pacientes foram transplantados com CPP com o Ph+ (mediana: 100,0%; variação: 25,0-100,0) e com o gene BCR-ABL (mediana: 68,2%; variação: 27,3-83,5). Um paciente evoluiu para óbito durante a aplasia da MO determinada pelo condicionamento para o TMO-auto. Oito pacientes (88,9%) obtiveram resposta hematológica, sete (77,8%) resposta citogenética, todos (100,0%) obtiveram resposta citogenética molecular por FISH e um paciente (10,0%) obteve resposta molecular por RT-PCR. A mediana das porcentagens de cromossomo Ph, em amostras de MO obtidas seis meses após o TMO-auto (78,0%), foi menor do que a observada ao diagnóstico (100,0%; P=0,035). Foram também menores as medianas das porcentagens de núcleos interfásicos com o gene BCR-ABL em amostras de MO obtidas três, seis e nove meses após o TMO-auto (4,0%, 7,3% e 15,7%, respectivamente), em comparação a observada ao diagnóstico (82,5%; P<0,050). Ao final do estudo, nove pacientes estavam vivos, em fase crônica da doença, sendo que quatro deles apresentavem respostas hematológica, citogenética e citogenética molecular. CONCLUSÃO: O TMO-auto em associação com o IFN possibilita a obtenção de respostas hematológica, citogenética, citogenética molecular e molecular para pacientes com fases iniciais da LMC

ASSUNTO(S)

interferon citogenetica

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