O trabalho de campo em geografia: múltiplas dimensões espaciais e a escolarização de pessoas surdas

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

24/08/2012

RESUMO

A presente pesquisa é de caráter qualitativo, com a utilização da modalidade estudo de caso. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com análise final n 321/11 e parecer favorável protocolado sob o n 147/11. Este estudo tem como objetivo geral refletir sobre o Trabalho de Campo no processo de ensino e de aprendizagem em Geografia para o aluno surdo, no Ensino Médio, em Escola Pública Estadual de Uberlândia/MG. As abordagens levam em consideração o ensino de Geografia na perspectiva da educação como instrumento de transformação social, e a escola como lugar onde ocorre o desenvolvimento dos sujeitos para o enfrentamento das desigualdades na sociedade capitalista contemporânea por meio da sua formação cidadã. Na investigação, foram consideradas as concepções de professores de Geografia, intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e de alunos surdos do ensino médio sobre: o modelo de inclusão, a escola atual frente às diferenças culturais e as metodologias utilizadas na construção do saber em Geografia. Na escolha da escola-objeto de estudo, o critério utilizado foi à presença de alunos surdos no ensino médio em quantidade proposta para estudo. A análise dos dados aponta para um sistema de inclusão deficitário, ou seja, vários problemas são evidenciados pelos pesquisados; dentre eles, destacam-se: a ausência de formação continuada para professores e equipe pedagógica, recursos pedagógicos insuficientes e inflexibilidade no currículo. Os professores e intérpretes demonstraram-se favoráveis ao processo de inclusão dos alunos surdos na escola regular; todavia, consideram-se profissionalmente despreparados para o trabalho com estes alunos e com as demais deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Diante dessa realidade, os professores e intérpretes apostam na necessidade de cursos de formação continuada, plano de carreira que valorize a categoria, flexibilidade curricular e tempo para planejamento pedagógico. Todos os entrevistados apontaram a importância do Trabalho de Campo no ensino e na aprendizagem dos alunos surdos. No entanto, professores que não realizam esse tipo de atividade relataram diversos empecilhos para a sua concretização, destacando-se: carga horária de trabalho excessiva e a responsabilidade em sair com os alunos em lugares que não seja o espaço escolar.

ASSUNTO(S)

geografia metodologia espaço geográfico ensino aluno surdo geografia - estudo e ensino cegos - educação geografia humana geografia - trabalho científico de campo methodology geographical space education deaf student

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