O toque retal é confiável em graduar defeito dos esfíncteres anais?

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Gastroenterol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2016-12

RESUMO

RESUMO Contexto O toque retal é exame clínico rotineiro na avaliação coloproctológica, especialmente em pacientes com incontinência fecal. Entretanto, sua acurácia é variável na predição de defeito esfincteriano ou de alterações nas pressões anais. Objetivo Avaliar a sensibilidade, especificidade, valores preditivo positivo e negativo da avaliação do tônus esfincteriano ao toque retal, em diferenciar defeitos leves de defeitos graves em mulheres com incontinência fecal e correlacionar tônus com pressões anais. Métodos Mulheres portadoras de incontinência fecal e estratificadas de acordo com o grau de defeito ao ultrassom endoanal tridimensional (USEA 3D) foram avaliadas com toque retal e manometria anorretal. O tônus esfincteriano ao toque retal foi comparado com o grau de defeito e com as pressões anais no repouso e na contração. Resultados Das 76 mulheres com sintomas de incontinência fecal, 68 tinham defeito esfincteriano ao USEA 3D. Quarenta pacientes com defeitos graves. Escore de Wexner mediano de 9. O tônus esfincteriano ao toque retal foi considerado alterado em 62 casos. Um toque retal alterado teve alta sensibilidade e baixa especificidade em distinguir defeitos esfincterianos leves de extensos. Das oito pacientes sem defeito muscular, cinco tinham tônus ao toque retal alterado sendo todas no tônus na contração. O toque retal na contração teve moderada sensibilidade e baixa especificidade em distinguir defeitos leves de esfíncter externo do ânus de defeitos extensos. A sensibilidade do toque retal na contração foi melhor quanto mais extensos eram os defeitos de esfíncter externo do ânus (P=0,001). Mulheres com tônus de repouso alterado tinham menores pressões de repouso que aquelas com tônus normal (P=0,0001). Mulheres com tônus de contração alterado tinham menor incremento pressórico que aquelas com tônus normal (P=0,017). Conclusão O toque retal possui boa sensibilidade e baixa especificidade em diferenciar defeitos leves de extensos da musculatura esfincteriana e moderada sensibilidade em diferenciar defeitos de esfíncter externo do ânus, com melhora da sensibilidade quanto mais extensos eram os defeitos de esfíncter externo do ânus. Houve correlação entre tônus e pressões anais no repouso e na contração.

ASSUNTO(S)

exame retal digital incontinência fecal ultrassonografia manometria canal anal, fisiologia

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