O sintoma na psicanálise e na psicopedagogia: do que se trata?

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Esse trabalho visa discutir a concepção de sintoma na psicopedagogia e na psicanálise, extraindo as conseqüências para a direção do tratamento em cada um desses campos. Problemas de aprendizagem tem sido o nome dado por diversas áreas do conhecimento ao que, na escola, não coincide com o esperado. Para tratar desses problemas vários profissionais são convocados. Diante dessa demanda surge um novo campo de saber: a psicopedagogia. No Brasil, se estabelece como campo de trabalho e pesquisa a partir das contribuições da psicopedagoga argentina Alicia Fernández. Esta autora, respaldada pelos trabalhos da filósofa e educadora francesa Sara Paín, toma a concepção freudo-lacaniana de sintoma como um conceito fundamental para ler os chamados problemas de aprendizagem. Diante disso cabe questionar se a concepção de sintoma de Fernández é realmente a mesma da psicanálise. Trata-se do mesmo? Se sim, como justificar campos diferentes? Se não, quais as conseqüências para a direção do tratamento em cada um desses campos? Para tanto realizamos um estudo teórico das obras de Alicia Fernandéz e Sara Paín, buscando esclarecer o conceito de sintoma na psicopedagogia. Para discutir como o conceito psicanalítico de sintoma foi tomado pelas duas autoras, recorremos aos textos de Freud, Lacan e comentadores nos quais esse tema é discutido de modo privilegiado. Os resultados encontrados evidenciam que Paín e Fernández buscam a psicanálise como uma teoria a ser somada com outras para a solução dos problemas de aprendizagem. Utilizando o conceito de sintoma como retorno do recalcado e como indicador de um sentido a ser encontrado na história do sujeito se aproximam da psicanálise, no entanto, na psicopedagogia outros campos de saber e técnicas são tomadas como referência e estas são, por vezes, incompatíveis com o conceito de sintoma apresentado. A utilização de testes psicológicos visando o diagnóstico, o lugar que o terapeuta se coloca visando estabelecer uma transferência sem o suposto saber do paciente e as propostas de tratamento que são indicadas apontam para uma direção do tratamento diferente da ética da psicanálise

ASSUNTO(S)

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