O sincretismo de sistemas nas primeiras páginas da Folha de São Paulo e Agora São Paulo

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Este trabalho busca compreender como se dá a construção do sentido do texto jornalístico por meio da relação entre os sistemas verbal e visual entendida como sincretismo da expressão. Investiga-se, nesse objeto de estudo, como os diferentes tipos de sincretismo têm um papel nas estratégias enunciativas e argumentativas assumidas por um enunciador, a ponto de levar seus enunciatários a determinados modos de ser e estar no mundo; como o uso de diferentes sistemas articulados é uma forma de promover um agir sobre o outro. Para testar tal hipótese, o trabalho foi dividido em três etapas. A primeira etapa se ocupa de uma contextualização introdutória da história do Grupo Folha o destinador e de sua inserção junto das demais mídias impressas, situando a problemática da pesquisa e o recorte do objeto de estudo a primeira página dos jornais: Folha de São Paulo e Agora São Paulo. A segunda etapa se volta para o desenvolvimento das análises do corpus escolhido com o objetivo de descrever e compreender, por meio do percurso gerativo do plano do conteúdo, a composição textual como manifestação sincrética. A terceira, e última etapa, concerne à conclusão do sincretismo como concretizador dos mecanismos enunciativos que caracterizam distintamente cada jornal. A Semiótica de Algirdas Julien Greimas é o suporte teórico e metodológico dessa investigação sobre a correlação entre os procedimentos da enunciação e sincretismo da expressão. Na Semiótica, a investigação do sincretismo estruturante das mídias é tema ainda emergente. Os primeiros passos, nesse sentido, foram dados pelas análises de textos midiáticos de Jean-Marie Floch que têm continuidade nos estudos de Ana Claudia de Oliveira. Esta pesquisa se insere no bojo dessas investigações sobre os mecanismos de sincretização, explorando a intencionalidade por trás de seu uso pelas mídias e como perpassa o viver em sociedade, o que aumenta a sua importância para uma sociossemiótica. O sincretismo, conclui-se, é uma forma de adequação do jornal à segmentação de público, marcando tipos de interação e a articulação dos dois sistemas é um qualificador identitário do jornal e de seu posicionar-se em relação aos integrantes da mídia impressa. O sincretismo da expressão ainda é utilizado de modo que a seleção e o arranjo dos formantes da expressão promovam uma só enunciação que sustenta o tabuleiro das posições sintáticas entre os atores do discurso, assim como possibilita que recortes e interpretações de acontecimentos sejam tomados como simulacros do dizer verdadeiro, produtor de contrato de fidúcia entre o jornal e o leitor

ASSUNTO(S)

sincretismo interação interation enunciação newspaper discursive semiotic jornais -- secoes, colunas, etc -- primeira pagina enunciation semiótica discursiva folha de s. paulo (jornal) syncretism jornal comunicacao agora sao paulo (jornal)

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