O RITUAL E A BRINCADEIRA: RIVALIDADE E AFEIÇÃO NO BUMBÁ DE PARINTINS, AMAZONAS

AUTOR(ES)
FONTE

Mana

DATA DE PUBLICAÇÃO

2018-04

RESUMO

Resumo Este ensaio enfoca a associação, iluminada pela noção de ritual, entre os afetos, a expressão obrigatória dos sentimentos e a experiência social dos grupos envolvidos na produção anual do festival dos Bumbás de Parintins, Amazonas. A noção de ritual, apreendida etnograficamente, conduz a análise da acentuada rivalidade entre os dois grupos de Bumbás que caracteriza o festival e sua preparação. Essa rivalidade é enfocada como uma produção ritual contínua em que a noção nativa de brincadeira ganha especial destaque como laço a unir os dados etnográficos à elaboração conceitual dessa mesma noção - brincadeira - que traz consigo o tema da ambivalência tão característico das trocas agonísticas. A preparação festiva engendra, a partir de inúmeros tabus, evitações, provocações e confrontos, a crescente rivalidade entre os dois grupos brincantes, que se transmuta em expressão artística plena na arena do Bumbódromo. Ali, o almejado esplendor das performances é estimulado pelo desejo obsessivo de superação e derrota do "contrário". O argumento se conclui com a análise do trabalho do rito que, ao produzir abertamente a exacerbação da rivalidade, promove mais silenciosamente a necessária complementariedade e o reconhecimento pleno do outro que funda a possibilidade da brincadeira e torna-a real no ritual festivo.

ASSUNTO(S)

ritual e simbolismo brincadeira rivalidade afeição bumbá de parintins

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