O que pensam os adolescentes em conflito com lei sobre a instituição escolar

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A pesquisa, de natureza empírica e qualitativa, discute as dificuldades decorrentes da educação de jovens e adolescentes que se encontram sob medida sócio-educativa de prestação de serviços à comunidade, pelo cometimento de atos infracionais e por terem, por determinação do Poder Judiciário, a exigência da freqüência escolar. O objeto da pesquisa, da qual deriva nossa reflexão, é o olhar do adolescente, nessa situação, sobre a escola, considerando-o portador de saberes peculiares sobre a pedagogia que o circunscreve como sujeito da educação. A expressão deste olhar ganha relevância por se considerar que ela pode conter fragmentos de confrontos entre valores de formação humana, que se produzem na escola, e valores da produção de uma identidade fraturada pela violência de condicionantes sociais. De outro lado, pode também expressar formas de atuação social que tornam esse adolescente protagonista de sua prática cotidiana, balizada de um lado, pela criminalidade e violência, e de outro, pela sua apropriação de valores humanistas que o protegem e encontram sua expressão no Estatuto da Criança e do Adolescente. O referencial teórico apresenta uma tripla dimensão: a primeira destaca uma perspectiva epistemológica que permite a discussão dos aspectos existenciais dos sujeitos envolvidos; a segunda compreende uma perspectiva temática que destaca a especificidade do tema em autores que já se debruçaram sobre a questão na sua articulação com a educação. A terceira dimensão foi construída a partir das falas dos sujeitos entrevistados em que se pôde constatar a repetição sistemática de valores que dimensionam a opinião que estes sujeitos fazem da escola.Os resultados apontam para o fato de que a cultura escolar rígida e inflexível dificulta a adaptação dos jovens em conflito com a lei e, para a necessidade de uma formação de professores que esteja voltada ao contexto social e de violência em que alunos e professores vivem.

ASSUNTO(S)

escola adolescência exclusão cultura escolar educacao

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