O que é estrófulo alérgico?
AUTOR(ES)
Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul
FONTE
Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul
DATA DE PUBLICAÇÃO
12/06/2023
RESUMO
O estrófulo, também chamado de prurigo agudo infantil, é uma dermatose desencadeada por picadas de insetos (pulgas, mosquitos e formiga), que ocorre nos primeiros anos de vida, principalmente em crianças atópicas (alérgicas). Caracteriza-se por lesões papulosas com uma vesícula central e lesões pápulo crostosas, escoriadas, geralmente em áreas expostas às picadas. O prurido (a coceira) geralmente é intenso e a evolução dá-se em surtos que coincidem com a picada do inseto. Infecções secundárias são frequentes. A manifestação do estrófulo independe de fatores hereditários, sexo ou cor. Este problema ocorre devido a toxinas liberadas pelos insetos no momento da picada em pessoas com pré-disposição constitucional. Tende a regredir espontaneamente, com o passar do tempo.
É um quadro comum no 1º ou 2º ano de vida da criança o aparecimento súbito de lesões elevadas, avermelhadas, arredondadas, firmes, podendo apresentar tipicamente uma pequena bolha (vesícula) em cima (no centro). Em geral a coceira é intensa nas lesões. A evolução é por surtos de intensidade variável, indo de semanas a meses, em geral com 2 semanas de evolução. Pela coçadura, é frequente o aparecimento de infecção nas lesões, com pus e crostas. Os locais mais acometidos são os membros, face e tronco. Raramente axilas, couro cabeludo e área das fraldas. É importante ressaltar que apenas uma picada é capaz de desencadear várias lesões esparsas que podem ser severas.
A grande maioria dos casos ocorre no verão, pelas condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento dos insetos e exposição a eles neste período. O diagnóstico deste problema é clínico e deve ser diferenciado de escabiose, miliária, desidrose e varicela.
Se possível, eliminar os agentes causais (mosquitos e pulgas) é a melhor forma de prevenção do estrófulo. O uso de repelentes, mosquiteiros e roupas adequadas (que protejam braços e pernas) são recomendados. A aplicação prolongada de repelentes em pacientes atópicos pode também trazer problemas. Na maioria dos casos há cura espontânea do estrófulo com o tempo, provavelmente pela própria evolução imunológica devido à repetida exposição aos alergenos (toxinas) que aportam através das picadas de insetos e dessensibilização específica natural. Em geral, são usados medicamentos locais (corticóide tópico), principalmente para aliviar a coceira. Às vezes são necessárias medicações (antialérgicos ou corticóides) mais potentes por via oral em quadros mais severos. Também não é raro o uso de antibióticos locais ou por via oral para tratar a infecção de pele sobreposta ao quadro inicial. O tratamento deve ser indicado pelo médico que está acompanhando a criança, pois a intensidade da manifestação clínica irá determinar qual a melhor conduta.
Evitar as picadas de insetos: a prevenção é feita com medidas contra os insetos que são os agentes causais, por exemplo, colocar telas nas janelas, fazer a extinção de focos de depósitos de água parada.
ASSUNTO(S)
apoio ao diagnóstico agente comunitário de saúde médico s99 doenças da pele/outras dermatopatias mordeduras e picadas de insetos prurigo