O que devemos saber sobre síndrome metabólica e lipodistrofia na AIDS?

AUTOR(ES)
FONTE

Revista da Associação Médica Brasileira

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012-02

RESUMO

OBJETIVO: A prevalência de complicações crônicas da infecção HIV está aumentando, e o reconhecimento precoce e o tratamento dos componentes da síndrome metabólica (SM) são essenciais para a prevenção de complicações cardiovasculares e metabólicas. Considerando isso, realizamos um estudo transversal sobre prevalência e fatores de risco para SM em indivíduos HIV+. MÉTODOS: Um total de 819 pacientes acompanhados em um ambulatório de HIV foi avaliado por um entrevistador que registrou em questionário dados demográficos, epidemiológicos, clínicos, laboratoriais e variáveis sociais. O diagnóstico de lipodistrofia baseou-se na concordância entre autorrelato do paciente e observação do médico das alterações de gordura corporal. A SM foi identificada pela presença de três ou mais das seguintes características: circunferência abdominal aumentada, hipertrigliceridemia, colesterol HDL baixo, hipertensão e hiperglicemia. Análises de regressão logística foram utilizadas para identificar variáveis associadas à SM. RESULTADOS: A prevalência de SM foi 20,6% e de lipodistrofia foi 38,5%. Entre os 169 pacientes com SM, 61 (36,1%) apresentavam lipodistrofia. Os pacientes com síndrome metabólica tinham, significativamente, maior probabilidade de ser mais velhos (OR = 1,08), ter maior contagem de CD4 (OR = 1,001), ter maior índice de massa corporal (OR = 1,27) e ter maior tempo de exposição à terapia antirretroviral (OR = 1,01). CONCLUSÃO: Tanto fatores de risco tradicionais para doença cardiovascular quanto fatores associados à infecção HIV, como aumento da contagem de CD4 e maior exposição à terapia antirretroviral, parecem estar associados à SM na população estudada.

ASSUNTO(S)

fatores de risco síndrome de lipodistrofia associada ao hiv terapia antirretroviral de alta atividade hiv síndrome x metabólica estudos transversais

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