O Programa Bolsa Família e o acesso e permanência no ensino superior pelo Programa Universidade para Todos: a importância do “eu me viro”

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Educ.

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/06/2019

RESUMO

RESUMO Este artigo tem como objeto de pesquisa um grupo de alunos de baixa renda matriculados em cursos de ensino superior, cuja trajetória está associada a duas políticas públicas federais brasileiras: o Programa Bolsa Família e o Programa Universidade para Todos. Buscou-se compreender as trajetórias desses estudantes e suas estratégias individuais e/ou familiares para que eles pudessem acessar e permanecer na universidade, além de analisar seus pontos de vista sobre ambos os programas. A pesquisa baseou-se em nove entrevistas semiestruturadas com alunos de uma universidade sem fins lucrativos situada no interior do estado de São Paulo. As entrevistas sugerem que esse grupo reduzido de pessoas foi submetido a altas doses de esforço e de privação pessoal que podem ser considerados elevados mesmo em sociedades que pretendem ser meritocráticas. A presença constante de situações que denotam o “eu me viro” nos percursos escolares e no curso superior atual corrobora esse entendimento. O Programa Universidade para Todos é mais valorizado que o Bolsa Família, uma vez que se encaixa melhor em uma compreensão de ser uma política entendida como meritocrática, em vez de apenas uma política de transferência de renda.ABSTRACT This article focuses on a group of poor students enrolled in higher education courses whose trajectory is associated with two Brazilian federal public policies: the cash transfer Programa Bolsa Família and the Programa Universidade para Todos. It aims to understand the trajectories of these students and their individual and/or family members strategies so that they could access and remain at the university, as well as analyze their views on the Bolsa Família and the Programa Universidade para Todos. The research was based on semi-structured interviews with nine students of a non-profit university located in the state of São Paulo. The interviews suggest that this small group of people have been subjected to high doses of effort and personal deprivation that may be considered high even in societies that claim to be meritocratic. The constant presence of situations that denote the “I did myself” in the school pathways and in the current higher course corroborates this understanding. The Programa Universidade para Todos comes to be well valued than the Bolsa Família, since it fits better in an understanding of being a “meritocratic” policy, rather than the cash transfer policy.

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