O processo de raciocínio clínico de estudantes de medicina
AUTOR(ES)
Lopes, Djon Machado, Bregagnollo, Gustavo Henrique, Barbosa, Bruna Morais, Stamm, Ana Maria Nunes de Faria
FONTE
Rev. bras. educ. med.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2018-01
RESUMO
RESUMO Introdução: As pesquisas no campo de raciocínio clínico têm colaborado no entendimento do processo de raciocínio dos estudantes. As estratégias nesse processo são relacionadas ao sistema analítico [hipotético-dedutivo (HD)] e ao não analítico [esquema-indutivo (SI) e reconhecimento de padrão (PR)]. Objetivos: Explorar o processo de raciocínio clínico de estudantes quinto ano de medicina ao final do ciclo clínico do internato médico, identificar as estratégias utilizadas na elaboração de hipóteses diagnósticas e analisar a organização e conteúdo do conhecimento. Método: Estudo qualitativo conduzido em 2014 numa universidade pública brasileira com estudantes do internato médico. Este estudo utilizou-se do método Stamm, em que um caso clínico de medicina interna foi elaborado baseando-se na teoria dos protótipos (Grupo 1 = 47 internos), em que os estudantes listam, sob suas percepções, os sinais, sintomas, síndromes e doenças mais típicas da clínica médica. Esse caso foi então utilizado na avaliação do processo de raciocínio clínico do Grupo 2 (30 estudantes aleatoriamente selecionados da amostra inicial) por meio da técnica "think aloud". As verbalizações foram transcritas e avaliadas por meio da análise temática proposta por Bardin. A análise de conteúdo foi validada por dois especialistas da área no início e ao final de todo o processo. Resultados: Os internos elaboraram 164 hipóteses primárias e secundárias durante a rosolução do caso clínico proposto. O SI foi a estratégia mais utilizada, com 48,8%, seguida de PR (35,4%), HD (12,2%) e mista (1,8% cada: SI + HD e HD + PR); Os estudantes construíram 146 eixos semânticos distintos, resultando numa média de 4,8/participante; Durante a análise, eles realizaram 438 processos de interpretação (média de 14,6/participante) e 124 processos de combinação (média de 4,1/ participante). Conclusões: As estratégias não-analíticas prevaleceram, com PR a mais utilizada no desenvolvimento de hipóteses primárias (46,8%) e a SI para as hipóteses secundárias. Os internos demonstraram uma rede semântica sólida e realizaram três vezes e meia mais processos de interpretação do que combinação, o que reflete uma organização e conteúdo de conhecimento menos aprofundada quando comparados com médicos experientes.
ASSUNTO(S)
resolução de problemas diagnóstico pensamento, estudantes
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