O processo de cuidar em Unidade de Terapia Intensiva

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

10/10/2011

RESUMO

O ambiente da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é referido comumente como um local onde o cuidar está intrinsecamente ligado à alta tecnologia. O cuidar na UTI transforma, muitas vezes, o paciente em um sujeito passivo, sendo sua complexidade deixada à parte e, por vezes, compreendida em uma perspectiva reducionista. Com isso, fazem-se necessários estudos voltados para o processo cuidar a partir de um resgate histórico, trazendo a perspectiva de uma assistência mais centralizada no ser humano. Desta forma, este estudo teve como objetivo analisar o processo de cuidar em Enfermagem de uma unidade de terapia intensiva a partir da ótica do profissional, do familiar e dos pacientes. O estudo caracteriza-se a partir de uma abordagem metodológica qualitativa do tipo descritivoexploratória. Os atores participantes foram os profissionais de Enfermagem, os pacientes e os familiares de uma unidade de terapia intensiva de Mossoró/RN. Os dados foram obtidos, no período de maio a junho de 2011,através de entrevistas e observação das atividades realizadas pelos profissionais da Enfermagem, bem como seus registros no prontuário. A análise dos dados foi dividida em tópicos e subtópicos representativos das fases e formas que delinearam a coleta. A análise e a discussão das entrevistas basearam-se na proposta de Bardin, em que criamos categorias a partir de um processo de classificação e agrupamento segundo critérios devidamente definidos. A observação dos registros de Enfermagem teve como ênfase observar o que é descrito nessas anotações, bem como sua coerência com sua prática e a resolução 358/2009 do COFEN. A análise demonstrou que a equipe de Enfermagem ainda realiza um trabalho centrado em atividades mecanizadas e técnico-burocráticas da instituição que parecem se sobrepor às necessidades dos pacientes. Em uma visão geral, o cuidado realizado pelos profissionais ocorre de forma fragmentada ou insipiente, porém existe uma assistência que envolve outros aspectos além do fazer técnico-curativo, considerando importante a atenção que é fornecida à família e ao paciente, focalizada na preocupação da Enfermagem em não direcionar suas ações somente à realização de procedimentos. Contudo, o processo de humanizar nem sempre se finaliza com um envolvimento entre profissional e paciente, o que descaracteriza o verdadeiro sentido do cuidar humano. Os registros também evidenciaram uma tendência em focar o cuidar em uma linha positivista, em que, na maioria das vezes, os fatores da doença e a obrigação de atender à produtividade se sobrepuseram aos demais aspectos relevantes para uma compreensão holística de cuidar. Em relação à resolução COFEN n 358/2009, que norteia uma sistematização da assistência de Enfermagem, confirma-se uma visão tecnicista, fragmentada e superficial do paciente, bem como uma fragilidade da assistência, causada pelo desconhecimento e despreparo de toda a equipe. A visão do cuidar que acontece nesse espaço demonstra uma realidade com uma dialética entre o que se propõe em uma Enfermagem humanizada e o que acontece nesse espaço de atuação. Além disso, mostrou-se um cotidiano repleto de considerações importantes, que se apresentam na prática do profissional, em suas concepções e também naquelas pessoas que foram partícipes do processo

ASSUNTO(S)

cuidar, unidades de terapia intensiva, enfermagem enfermagem care, intensive care units, nursing

Documentos Relacionados