O problema da sociabilidade em Jean-Jacques Rousseau

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O objetivo deste trabalho é refletir sobre o problema da sociabilidade em Jean Jacques Rousseau. Para os Jurisconsultos da escola do direito natural, assim como para Locke, a sociabilidade é um traço característico da natureza humana. Desta forma, se pode entender facilmente que, sendo o homem naturalmente sociável, ele convenciona sem dificuldade a organização do corpo político, quando isto lhe parece conveniente. Em Hobbes, a situação é diferente, pois a sociedade civil é resultante do desejo de paz e segurança e particularmente do medo da morte violenta num estado de guerra em que a convivência humana se expressa através de uma inclinação beligerante inata e natural. Rousseau, assim como Hobbes, nega a sociabilidade natural, mas, ao contrário do autor do Leviatã , considera que, no estado de natureza originário, o homem vive na mais completa solidão e independência, uma vez que, ao não encontrar em seu meio obstáculos absolutamente intransponíveis, satisfaz plenamente suas necessidades, pois estas são simples e de ordem puramente física e biológica. Nesse estado de perfeito equilíbrio entre desejos e necessidades, o homem natural, conduzido somente pelo instinto, não sente necessidade do auxílio dos seus semelhantes, até que circunstâncias novas modifiquem o equilíbrio de seu ambiente, despertando-lhe novas necessidades. Inclusive, são estas novas necessidades que provocam a união entre os homens. Nesta idéia, porém, há algo de generoso, pois ao admitir a possibilidade de nos beneficiarmos de nossa união, Rousseau afirma que o homem é por natureza bom, e que é possível conviver sob os auspícios dessa bondade natural

ASSUNTO(S)

sociabilidade rousseau, jean-jacques -- 1712-1778 -- critica e interpretacao filosofia sociability

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