O problema da imaginação nas duas edições da dedução transcendental das categorias
AUTOR(ES)
Ulisses Razzante Vaccari
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008
RESUMO
O objetivo desta dissertação é examinar em que medida Kant, ao publicar a segunda edição da Crítica da razão pura, em 1787, altera o significado que na edição anterior, de 1781, era atribuído de forma clara à imaginação transcendental. O exame da imaginação evidententemente não se estende a toda Crítica, mas limita-se à seção intitulada dedução transcendental dos conceitos puros do entendimento, na qual o filósofo fornece os elementos para se compreender não só o papel reservado à imaginação, como também para as demais faculdades do ânimo. Assim, numa comparação com as duas versões dessa dedução transcendental, o objetivo é mostrar que aquela importância conferida por Kant à imaginação na dedução transcendental de 1781 (A) não é perdida na reelaboração da referida seção em 1787 (B). Para isso, entretanto, parte-se do 10 da Crítica, ou seja, da dedução metafísica das categorias, mostrando como esse parágrafo já contém uma leitura sistemática do rol das faculdades, o que permite ver a necessidade da imaginação em sua tarefa de síntese de um múltiplo em geral. É essa necessidade da imaginação, apresentada no 10, que se pretende mostrar nas duas versões da dedução transcendental. De modo que a diferença da abordagem da imaginação entre uma e outra estaria em que a primeira (A) versão, tendo trilhado o caminho da chamada gênese empírica das representações, exatamente por isso se vê na obrigação de destacar a imaginação como a faculdade reprodutiva por excelência. Ao contrário, como em 1787 a preocupação do filósofo se dirigia para outro lado, a saber, para a demonstração da validade objetiva das representações, a dedução opta por expor a imaginação apenas em seu caráter transcendental, na medida em que ela se confunde com o próprio julgamento.
ASSUNTO(S)
filosofia - história filosofia moderna imaginação (filosofia) compreensão filosofia imagem kant, immanuel, 1724-1804
ACESSO AO ARTIGO
http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1903Documentos Relacionados
- Dieter Henrich, leitor de Kant: sobre o fato legitimador na dedução transcendental das categorias
- Dedução transcendental e esquematismo transcendental : o problema da possibilidade e da necessidade da constituição de objetos em Kant
- Autonomia da vontade e dedução transcendental na Fundamentação da Metafísica dos Costumes
- O conceito de objeto transcendental na Dedução A: revolução ou queda pré-crítica?
- O problema da dedução do intruso para um protocolo criptográfico especificado via reescrita módulo AC