O Percurso Historiográfico-Linguístico das Paixões / The Course of Language-historiographical Passions

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

22/08/2011

RESUMO

A presente Dissertação tem por objetivo principal traçar o percurso historiográfico-linguístico das paixões, mostrando-se os processos de ruptura e continuidade. O ponto de partida para se fazer essa pesquisa foi o livro Semiótica das paixões, escrito por Algirdas Julien Greimas. Durante seus estudos sobre a Semiótica, Greimas percebeu que os textos verbais e não-verbais apresentavam informações que representavam os sentimentos como conteúdo. Ao se dedicar à Semiótica da ação, a partir dos estudos de Vladimir Propp, retomou um tema que há muito se discutiu na filosofia que foi a influência das paixões na forma como o sujeito pensava e agia. Em decorrência disso, considerou-se fazer, neste rabalho, uma revisão do percurso da Semiótica das paixões, também a partir da percepção de Greimas, mediado pelo pensamento de Ferdinand de Saussure e de Charles Sanders Peirce, os precursores dos estudos semiológico e semiótico, respectivamente. Dos filósofos selecionados para se analisar o percurso das paixões foram, na Antiguidade Clássica, século III a. C., Platão e Aristóteles, que defenderam que o homem agia motivado por suas paixões. Elas eram tidas sempre como um mal ou uma doença. Em decorrência dessa concepção, os gregos criam que somente os homens não intelectualizados possuíam paixões, homens intelectualizados não eram acometidos desse mal por agirem de acordo com a razão, por isso, classificavam as paixões como o páthos. Platão iniciou um estudo mais eral sobre esse assunto, Aristóteles, porém, foi quem se dedicou a especificá-las, principalmente, na Retórica das Paixões. Na passagem da Antiguidade Clássica ao Cristianismo, no século IV, Aurélio Agostinho, influenciado pelo pensamento cristão, apresentou as paixões sob a ótica ou sob o conflito existente entre a alma e o corpo. Segundo Agostinho, a alma se sobrepunha ao corpo, ou seja, ela é mais forte, por isso ela é que levava o homem a pecar. Tomás de Aquino, na Idade Média, século XIII, se dedicou a trabalhar a existência, a essência e a paixão. Classificou as paixões em irascíveis e em concupiscíveis, influenciado pelos filósofos da Antiguidade Clássica. E por fim, na Idade Moderna, século XVII, René Descartes acreditava que as paixões se concretizavam numa relação entre o sistema fisiológico e a alma, toda espécie de pensamento pertencia à alma. Para se estudar as paixões, sob o princípio da teoria Semiótica, Greimas, além de ter pesquisado as paixões, segundo o pensamento dos filósofos, adaptou algumas características da Semiótica da ação, como as quatro modalidades, que no estudo das paixões se transformaram em modalidades veridictórias, e a elas foi incluído também o estudo da imanência e da manifestação, dessa forma, o princípio da Semiótica das paixões é de que as paixões existem segundo o querer e o ser. Palavras-chave: Linguística, Semiótica, Historiografia-Linguística, Paixões.

ASSUNTO(S)

linguística semiótica historiografia-linguística paixões letras linguistics semiotics linguistic-historiography passions

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