O paraÃso negociado: Ensaio etnogrÃfico sobre turistas em resort

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

No mundo contemporÃneo, o turismo vem se tornando uma atividade econÃmica bastante rentÃvel e, portanto, ajustando-se à expectativa do pÃblico-alvo, que possui meios para consumir o produto oferecido pelas operadoras e agÃncias de viagens. Para isso, sÃo criados a cada dia novos equipamentos artificiais de lazer que permitem a esses indivÃduos usufruir seu tempo livre, oferecendo-lhe a sensaÃÃo de acolhimento domÃstico. Nesse processo, um alto grau de artificialidade à adicionado aos atrativos naturais e culturais, transformando os lugares em espaÃos adaptados para o perÃodo de fÃrias. AlÃm disso, alguns sÃmbolos sÃo criados baseados no capital e na tecnologia arrojada. Esses ânÃo-lugaresâ tÃm sido produzidos e consumidos pela atividade turÃstica, adquirindo a simpatia de um pÃblico cada vez maior. O turismo, as fÃrias e as viagens sÃo fenÃmenos socioculturais que carecem de estudos mais aprofundados, de preferÃncia interdisciplinares. Seguem essa direÃÃo as discussÃes sobre o turista, o viajante, a comunidade receptora e a interaÃÃo entre culturas nos grandes deslocamentos de pessoas motivados pelo turismo, as quais buscam na antropologia um suporte teÃrico para uma maior compreensÃo e entendimento do fenÃmeno cultural e social que envolve essa temÃtica. à exatamente a esse contexto de discussÃo que esta pesquisa se circunscreve. Para isso, resolvemos privilegiar como locus de observaÃÃo uma dos espaÃos e modalidades em que se realiza esse tipo de fenÃmeno turÃstico: os resorts, reservas artificiais construÃdas para suprir toda a necessidade do hÃspede, podendo ser encontrados tanto em Ãreas de praia quanto em montanhas, e atà mesmo em Ãreas de rio, em toda parte do mundo. Por serem muito polÃmicos, tais espaÃos sÃo considerados por alguns autores como âturismo em guetosâ. O ambiente natural do local, embora na sua maioria seja considerado exÃtico, funciona muito mais como um detalhe importante que compÃe o todo. Entretanto, o atrativo em si à formado pelo conjunto de equipamentos e serviÃos concentrados e oferecidos em um Ãnico local, ou seja, no interior de uma estrutura arquitetÃnica semifechada. Esta pesquisa, portanto, tem como objetivo principal entender o resort como fenÃmeno totalmente cultural e social, levando-se em conta suas dinÃmicas de lazer, isto Ã, os diferentes tipos de serviÃos e atividades recreativas oferecidos nesse local, como forma de ocupar e satisfazer as diferentes expectativas e demandas do turista durante seu perÃodo de ruptura com o cotidiano. Para isso, busca-se compreender o fenÃmeno de expansÃo e crescimento dos resorts, assim como a identificaÃÃo das pessoas com esse espaÃo artificializado e fechado como opÃÃo para usufruir suas fÃrias. O local escolhido para a pesquisa de campo foi um conhecido resort situado no litoral sul de Pernambuco. Pelo conjunto de equipamentos que esse local reÃne, ele se torna um exemplo paradigmÃtico entre os meios de hospedagem do tipo resort

ASSUNTO(S)

turista routine cotidiano tourist antropologia holiday break resort contemporary tourism ruptura resort turismo contemporÃneo

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