O papel do efeito de borda sobre a chuva de sementes e o recrutamento inicial de plÃntulas: o caso das grandes sementes

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Poucas Ãrvores tropicais produzirem sementes com longos perÃodos de dormÃncia, e a maior parte da regeneraÃÃo de uma floresta tropical depende da deposiÃÃo recente de propÃgulos via chuva de sementes. Neste estudo foi testada a hipÃtese de que as espÃcies de Ãrvores de grandes sementes nÃo se estabelecem na borda dos fragmentos por trÃs motivos: 1) a chuva de sementes na borda carece de grandes sementes, 2) o recrutamento à menor e a mortalidade de plÃntulas à maior na borda do que no nÃcleo do fragmento e 3) as grandes sementes que eventualmente chegam à borda tÃm menor probabilidade de germinar do que no nÃcleo do fragmento. Foram medidos a chuva de sementes, o recrutamento inicial e a mortalidade de plÃntulas na borda e no interior de um fragmento de 3500 ha de Floresta AtlÃntica. AlÃm disso, ensaios de germinaÃÃo com 4 espÃcies de plantas com grandes sementes foram conduzidos na borda e no nÃcleo do fragmento. A chuva de sementes na borda distinguiu-se bastante da chuva de sementes do interior do fragmento. Um total de 47986 sementes pertencentes a 73 morfoespÃcies foi registrado na borda contra 28221 sementes no nÃcleo que estavam distribuÃdas em 121 morfoespÃcies. O grupo de grandes sementes (maiores que 15 mm) foi significativamente mais abundante (n = 586) e rico (n = 33) no interior do fragmento, do que na borda do mesmo (n = 289 e n = 7, respectivamente). A borda apresentou taxas de recrutamento de plÃntulas mais baixas e de mortalidade mais altas que o nÃcleo do fragmento. As grandes sementes utilizadas nos experimentos de germinaÃÃo sofreram taxas de remoÃÃo significativamente mais altas no interior do fragmento do que na borda do mesmo, em conseqÃÃncia a germinaÃÃo de grandes sementes de uma forma geral foi maior na borda. As menores taxas de remoÃÃo de sementes somadas Ãs maiores taxas de germinaÃÃo, e à baixa competiÃÃo numa assemblÃia de plÃntulas depauperada, aparentemente fazem da borda do fragmento estudado um ambiente mais favorÃvel que o nÃcleo para o estabelecimento de plÃntulas de Ãrvores de floresta madura com grandes sementes. Portanto o que impede a colonizaÃÃo das Ãreas de borda por aquelas espÃcies de Ãrvores de floresta madura, especialmente as de grandes sementes, à a interrupÃÃo no fluxo de suas sementes via dispersores. Esse fato aumenta ainda mais a importÃncia dos dispersores como vetores de propÃgulos para a recolonizaÃÃo das Ãreas de borda por espÃcies agora restritas ao nÃcleo do fragmento, pois aparentemente nÃo hà limitaÃÃo ambiental para o recrutamento de plÃntulas de grandes Ãrvores nas bordas do fragmento. Portanto a conservaÃÃo de populaÃÃes de Ãrvores em fragmentos de florestas passa pela potencial utilizaÃÃo total da Ãrea do fragmento, principalmente por populaÃÃes de espÃcies raras que sofrem mais riscos de extinÃÃo local

ASSUNTO(S)

sementes botanica plÃntulas efeito de borda botÃnica floresta atlÃntica germinaÃÃo

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