O ORDINÁRIO E O ESPETÁCULO NO GOVERNO DA FRONTEIRA Normatividades de gênero em Tabatinga

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. Ci. Soc.

DATA DE PUBLICAÇÃO

20/12/2019

RESUMO

Este trabalho advém de experiência etnográfica na cidade de Tabatinga (AM), tríplice fronteira de Brasil, Peru e Colômbia. Interessa-nos compreender como “o Estado” e “a fronteira” se emaranham, são construídos e apropriados por redes locais afetivas, econômicas, sexuais e familiares, levando em consideração uma perspectiva teórica de gênero. A partir da trama de afetos de uma tríade de personagens que colocam em cena uma forma ordinária de governo, propomos uma análise diacrônica de governamentalidades masculinas espetaculares, que atualizam certo mito-conceito de fronteira. Esse caminho nos conduz à análise da ampliação da participação das mulheres, e da vida social de políticas públicas que mobilizam a categoria mulher, situacionalmente associada à região fronteiriça. Por fim, rumamos a uma reconceitualização de fronteira por uma perspectiva relacional e processual, na qual gênero, como elaboração performativa e interseccional, tem lugar central.This paper arises from ethnographic experience in the city of Tabatinga (AM), place of the triple border of Brazil, Peru and Colombia. We concern ourselves with comprehending the entanglement between “State” and “border”, how they are constructed and appropriated by local emotional, economic, sexual and familiar networks, standing from the perspective of gender theory. Starting from the web of affections of three characters who put in place an ordinary form of government, we offer a diachronic analysis of spectacular male governmentalities, which updates a specific myth-concept of border. This path takes us to the analysis of the widening of women’s participation and of the social life of public policies that mobilize the category “woman”, situationally associated with the border region. At last, we move towards a reconceptualization of border through a relational and processual perspective, in which gender, as an intersectional and performative construct, has a central place.

Documentos Relacionados