O ordinário, as culturas e a gestão: os processos de organizar do artesanato em Piúma (ES)

AUTOR(ES)
FONTE

Organ. Soc.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-12

RESUMO

Resumo O objetivo deste artigo é compreender a gestão ordinária enquanto resistência e forma de sobrevivência, organizada em práticas cotidianas que são em parte produto e produtoras da pluralidade cultural no campo do artesanato em Piúma. Dentro da perspectiva dos estudos baseados em práticas (Feldman & Orlikowski, 2011), articulamos teoricamente a abordagem da gestão ordinária (Carrieri, Perdigão & Aguiar, 2014), da produção artesanal (Sennett, 2009) e das contribuições certeaunianas voltadas para o reconhecimento dos jogos de relações de forças dentro de uma pluralidade cultural. Ao propor o foco nessa pluralidade, o artigo preenche uma lacuna, pois em estudos anteriores sobre a gestão ordinária essa pluralidade cultural não foi abordada de maneira específica. A proposição foi sustentada por uma pesquisa qualitativa, realizada por meio de coleta de documentos, observação participante e entrevistas não estruturadas com cinco artesãos de Piúma. Na análise dos dados articulamos a prática narrativa em De Certeau (1985) e a temporalidade narrativa em Ricoeur (1994). Como resultados, identificamos diferentes redes de relações de forças nas quais os artesãos se inserem no organizar das práticas de gestão ordinária. Nelas as culturas se mostraram produções plurais, afastando-se da leitura de uma cultura popular externa às práticas cotidianas ou submissa a outras pressões externas. O artigo potencializa um olhar alternativo sobre a gestão ordinária do artesanato e de outros fazeres organizacionais baseados na pluralidade cultural.

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