O oncologista clínico diante da morte: implicações para a produção do cuidado

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

31/03/2011

RESUMO

Na contemporaneidade muito se fala das angústias do homem frente à morte, dos pacientes com câncer em estado terminal, e, muito pouco dos sentimentos, e formas de enfrentamento do profissional da medicina que lida com essa situação, especificamente o oncologista clínico. Este estudo tem como objetivo compreender a vivência de oncologistas clínicos que acompanham pacientes terminais. Foi realizada uma pesquisa qualitativa, utilizando como estratégia metodológica a entrevista em profundidade, com roteiro e uso de cenas projetivas. Para análise e interpretação das narrativas recorremos à Hermenêutica Gadameriana. Os sujeitos desta pesquisa foram 10 oncologistas clínicos que trabalham em duas instituições de referência em tratamentos oncológicos no estado do Rio Grande do Norte, escolhidos a partir de uma variação quanto ao tempo de atuação na especialidade. A análise dos dados permitiu identificar as motivações dos entrevistados quanto à escolha profissional aos significados atribuídos por eles ao ser oncologista a busca pelo técnico/científico e o humano. Suas concepções sobre morte realçam os aspectos existenciais e transcedentais, como sofrimento, descanso e religião. Os papéis desejados para o enfrentamento do processo de morte de um paciente elencados foram: evitar ao máximo a chegada da morte; promover qualidade de vida/morte e suporte emocional, estabelecendo uma comunicação eficiente e cuidar do paciente até o fim. Por sua vez o cotidiano com a morte os desafiam a lidarem com as dificuldades do não curar, do comunicar a noticia ruim, e com o desejo de cuidar até o fim de seus pacientes. Por fim, ressalta-se a necessidade do cuidado com a dor desses profissionais, por entender que a maneira como eles lidam com a morte pode interferir na produção de cuidado ao paciente. Espera-se que este estudo possibilite pistas capazes de promover uma melhor qualidade na produção do cuidado de todos os envolvidos nesse processo: profissionais, pacientes e familiares

ASSUNTO(S)

oncologista clínico morte pacientes terminais e cuidado psicologia clinical oncologist death dying care

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