O museu Beta: estratégias para um museu sempre contemporâneo

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

06/09/2011

RESUMO

No cenário de acelerado desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação notam-se mudanças importantes na sociedade. A informação se torna mais fluida, e com ela, a própria produção cultural do homem contemporâneo, se entende-se por cultura a produção cotidiana (como afirmam Vilém Flusser e Sharon Zukin). O museu, por sua vez, como instituição que representa a sociedade, tenta adaptar-se a este contexto como museu virtual. Para isso, tanto acolhe tais tecnologias em seu interior como se projeta na própria Internet. Ao mesmo tempo, os proponentes de tais museus alegam que estes tenham se tornado mais interativos, acompanhando a própria tendência da sociedade. O uso de computadores, telefones celulares, sensores e GPS, entre outros, é considerado fator determinante desta nova condição humana de estar sempre interligado. O objetivo desta dissertação foi investigar os museus no contexto das discussões atuais sobre o virtual e o interativo. A motivação para tal foi a percepção de que o museu contemporâneo não é mais interativo somente por ter se adaptado ao contexto tecnológico atual. Similarmente, o uso da palavra virtual é deslocado, porque se baseia na produção eletrônica do conteúdo exposto. Para tal, a teoria da cibernética de segunda ordem, e em especial a cibernética social, foi utilizada como arcabouço teórico para a avaliação de alguns museus que exploram tal abordagem. Desta maneira, foram selecionados museus que ilustram o espectro físico-digital, isto é: museus físicos que usam as tecnologias dentro do seu espaço ou que criaram versões online semelhantes à física e museus que foram já criados para a Internet. A partir da análise destas diferentes estratégias museológicas, conclui-se que o museu não se adaptou de fato às novas demandas da sociedade. A instituição utilizou dos meios tecnólogicos mas não absorveu outras mudanças que vão além do meio, refletidas nas próprias relações entre as pessoas. As novas tecnologias nos possibilitam usar o espaço dos museus como lugar da descoberta mútua, em uma interação entre os participantes, o espaço e a obra, mas não é isso que acontece. No geral, o museu ainda está preso a preceitos tradicionalistas tanto de autoria e controle restritivo do participante quanto da arquitetura determinista. Prova disso é a importância dada à parâmetros arquitetônicos do museu mesmo quando não existe a possibilidade de um engajamento corporal. Conclui-se com a discussão de outras abordagens culturais alternativas às museológicas apresentadas, de forma a sugerir novas instituições que abordem a possibilidade de explorar a arquitetura e as relações efêmeras entre as pessoas a partir do evento. E, por isso, levando em consideração a virtualidade do evento viabiliza-se interações entre as pessoas, o lugar e a própria produção artística/cultural em forma de diálogos no espaço. Estes museus propostos seriam museus sempre Beta, em constante processo de desenvolvimento, por seu caráter experimental e mutável.

ASSUNTO(S)

arquitetura de museus teses. multimidia interativa teses. cibernetica teses.

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