O mundo que se ouve: uma análise da paisagem sonora dos shopping centers / The world we hear: an analysis of the soundscape of shopping centers

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

05/04/2012

RESUMO

Esta dissertação, O mundo que se ouve: uma análise da paisagem sonora dos shopping centers, tem como objetivo principal discutir a conversão da paisagem sonora em poluição sonora nos shopping centers da Região Metropolitana de Goiânia RMG, a partir de um parâmetro acústico de qualidade ambiental, partindo do pressuposto de que a poluição sonora é, na maioria dos casos, um dos principais agentes da perda de qualidade ambiental e de vida nas metrópoles e sua difusão extrapolou os limites das instalações industriais, disseminandose pelas ruas e também pelas atividades de lazer, tais como: festas, clubes de recreação, autódromos, estádios e shopping centers. A pesquisa foi desenvolvida no Shopping Flamboyant, no Buriti Shopping, no Araguaia Shopping e no Goiânia Shopping, todos associados à Associação Brasileira de Shopping Centers ABRASCE, que representa os interesses de mais de 300 empresas do setor em todo Brasil. Quanto ao método, à metodologia, às técnicas e aos procedimentos, estes se constituíram em três etapas: pesquisa bibliográfica e documental sobre a poluição sonora; medição dos Níveis de Pressão Sonora NPS dos shopping centers; elaboração do Diário de Sons e aplicação de questionários aos frequentadores. Dessa organização metodológica resultou uma grande revisão bibliográfica sobre poluição sonora que indicou que apenas uma pequena fração de teses, dissertações e artigos desenvolvidos no país tratam do tema, caracterizando uma baixa participação deste na rotina científica brasileira, situação que se repete no campo da legislação, onde os resultados demonstram que, além de não ser vasta, a legislação brasileira que trata da poluição sonora encontra-se desatualizada. Já a pesquisa empírica aponta, como um dos principais resultados, que os Níveis de Pressão Sonora - NPS encontrados nos shopping centers da RMG ultrapassam, nos quatro empreendimentos pesquisados, em larga margem os limites estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde - OMS para esse tipo de atividade, que é de 70 dB(A). Na mesma direção, o Diário de Sons permitiu constatar que as ações humanas (andar, falar, comer, etc.) e o funcionamento das máquinas, equipamentos e utensílios são os responsáveis pela geração de ruídos no interior dos empreendimentos ao passo que a aplicação dos questionários mostrou que grande parte dos frequentadores se expõe a níveis de ruído intermitente, de intensidade média a forte, diariamente, entretanto associam ruído e poluição sonora a lugares específicos como a rua, boates e bares, embora reconheçam o shopping como um lugar barulhento. Em linhas gerais, o que se percebe é que tanto o ruído quanto o shopping não fazem parte da pauta diária de preocupação do grupo analisado que, embora cultive hábitos sociais de risco no tocante ao ruído, ignora os efeitos e os impactos desses hábitos. Lamentavelmente, mesmo quando se avalia um pequeno grupo social, são os traços de uma sociedade que associa barulho a animação e alegria que aparecem arraigados na vida diária das pessoas e a irrelevância com a qual essa sociedade trata o barulho pode esconder a seriedade dos danos potenciais que este pode causar à saúde.

ASSUNTO(S)

shopping centers paisagem sonora qualidade ambiental geografia shopping center soundscape environmental quality

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