O modelo de pseudogestação em camundongos para o estudo in situ das celulas Natural Killer uterinas / The pseudopregnancy model in mice for the in situ study of the uterine Natural Killer cells

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Durante o período peri-implantacional na gestação de humanos e roedores, ocorre no estroma da mucosa uterina um conjunto de fenômenos que envolvem modificações dos componentes celulares e da matriz extracelular. Este conjunto de modificações é conhecido como decidualização ou reação decidual. Concomitante a este processo ocorre a migração de leucócitos provenientes de órgão hematopoéticos para este estroma. Dentre estes leucócitos predominam as subpopulações de linfócitos denominados de células ?uterine Natural Killer? (uNK), que atuam na gestação reconhecendo o embrião alogeneico, modulando a reação decidual e o crescimento placentário. Porém, a sua participação nos casos de aborto e o possível desencadeamento do potencial lítico e citotóxico relacionado com a resposta imune inata, não foi ainda totalmente elucidado. O presente trabalho buscou desenvolver estratégias para o estudo in situ das células uNK, sem a influência de fatores oriundos do embrião, empregando o modelo da pseudogestação em camundongos. Foram utilizados fêmeas pseudogestantes obtidos através do acasalamento com machos vasectomizados e inoculação intraluminal do óleo vegetal (arachis) ou mineral (nujol) no útero de 4° dia de pseudogestação (dpg). Estes animais pseudogestantes foram subdivididos em grupos submetidos ou não a ovarectomia e com suplementação hormonal de estrógeno e/ou progesterona ou hormônio gonadotrófico coriônico (hCG). Foram coletados o útero e ovário e processados para análise em microscopia de luz e eletrônica de transmissão no 9°, 12° e 14° dpg. Fêmeas em gestação normal foram utilizados como grupo controle. As análises histológicas, citoquímicas e ultra-estruturais efetuadas demonstraram que a indução da pseudogestação com emprego tanto de óleo vegetal (arachis) quanto de óleo mineral resultam na reação decidual e presença de células uNK lectina DBA (Dolichos biflorus) positivas. A reação decidual resultante e mais exuberante com o óleo de arachis, porém, o período de manutenção do deciduoma é menor, mesmo com a suplementação hormonal de progesterona, se comparado ao grupo de animais induzidos com o óleo mineral e suplementada com HCG. As características morfológicas das células uNK foram melhor preservadas nos animais pseudogestantes induzidos com o óleo mineral, não ovarectomizados e suplementados com o HCG.Nestes, as células uNK foram encontradas aém do 12° dpg em meio ao endométrio que mantinha o deciduoma, enquanto nos demais grupos o deciduoma era destituído antes do 12º dpg. Porém, , à semelhança dos demais grupos experimentais, houve predominância de formas menos diferenciadas de células uNK (subtipos I e II), sendo raras as formas plenamente diferenciadas (subtipo III). Em nenhum dos grupos foi encontrado o subtipo IV, correspondentes à forma de degeneração destas células. Estes resultados demonstram que as características do endométrio e o comportamento das células uNK na pseudogestação, apresentam diferenças influenciadas pelos meios de indução utilizados e regimes hormonais adotados.Além disso, a ausência do concepto parece ser o fator limitante na continuidade da manutenção do utero seudogestante. Por conseguinte, a pseudogestação induzida com óleo mineral e mantida sob a regência ovariana supra-controlado pelo HCG poderia ser adotada como modelo experimental para estudo das células uNK sem a interferência do embrião. Este modelo deverá permitir novas estratégias para investigação dos diversos fatores de origem embrionário/fetal que possam afetar as atividades destas e/ou outras células de forma controlada in situ no ambiente uterino que simule a gestação

ASSUNTO(S)

pseudogravidez celulas killer reproduction killer cells immunological aspects camundongo pseudopregnancy mice decidua

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