O modelo de educação profissional da FUNDAC no programa de atendimento a meninos e meninas em "situação de rua".

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

O trabalho busca conhecer o modelo de educação profissional que a FUNDAC (Fundação da Criança e do Adolescente) adota no Programa de Atendimento a Meninos e Meninas "em Situação de Rua". Detectamos que a Fundação, nesse programa, faz parcerias e que, portanto, adota o modelo destas. Descrevemos e analisamos o(s) modelo(s) das parcerias em seus aspectos curriculares e prático-pedagógico para saber se tal modelo está acompanhando as mudanças que estão ocorrendo no mundo do trabalho e se o ensino está sendo significativo para a construção da cidadania dos adolescentes "em situação de risco social". Para a realização desta pesquisa utilizou-se a metodologia qualitativa do tipo Estudo de Caso e como técnicas de coletas de dados, a observação não-participante nas instituições parceiras da FUNDAC, a entrevista semi -estruturada com os adolescentes, educadores, coordenadores, instrutores e supervisores de oficina e o questionário com os adolescentes. A análise e interpretação dos dados à luz dos referenciais teóricos da sociologia do trabalho, trabalho e educação, didática. Ao colocar o problema da pesquisa, fez-se uma fundamentação teórica sobre o atual mundo do trabalho capitalista que tem colocado para o Estado e a escola novas determinações em termo de educação profissional e assistência social. Levantou-se a história das crianças e adolescentes marginalizados que recebiam assistência social e de educação profissional nas instituições governamentais e religiosas no Brasil do século XVIII. Os resultados mostraram que o modelo de educação profissional das parcerias é aquele concebido no século XVIII pelas instituições de caridade que assistiam ao "menor" "carente", "abandonado", "marginalizado", "órfão". É o modelo baseado no ensino de ofícios manufatureiros, desvinculado do atual mundo do trabalho em que se pede a adoção do modelo das competências qualificatórias em que o currículo deve ser polivalente para desenvolver as habilidades e capacidades necessárias ao trabalho contemporâneo. Quanto à construção da cidadania destes meninos(as) as entrevistas com os egressos sobre as suas atuais condições de vida mostraram que para os oito entrevistados o ensino e a Fundação não foram significativos por se encontrarem ainda numa condição marginal na sociedade. E apesar destas constatações os dados indicaram que os adolescentes valorizam tanto a educação que recebem como a instituição FUNDAC e dão um significado muito próprio à educação profissional ao considerá-los como meio de sobrevivência, resgate da cidadania e futuro menos marginalizado.

ASSUNTO(S)

currículo por competência educacao modelo de educação profissional professional programs unatended youngsters meninos e meninas de rua organização-governamental welfare organization educational programs trabalho e educação fundac egressos

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