O meu chapéu tem três pontas : educação infantil, o cantar e a psicanálise : um estudo de caso

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Estudiosos do eixo educação e psicanálise consideram que, cabe a esta última, a função de oferecer uma pequena iluminação no campo da educação. A partir do referencial teórico de autores deste eixo e também, de autores da psicanálise, aqui se apresenta a intenção deste estudo. O Meu Chapéu Tem Três Pontas é uma pesquisa qualitativa com estudo de caso de uma pré-escola, e tem como objeto, o sujeito do inconsciente que enlaça a educação infantil, o cantar e a psicanálise. Através da pergunta por que se canta na pré-escola?, pretende-se alcançar o objetivo de clarear esse sujeito que atravessa a educação, em especial a infantil, curvando-se para escutar o sujeito em constituição que canta e fala no aluno pré-escolar de uma instituição de educação infantil numa cidade do Distrito Federal, sem desconsiderar o adulto, comprometido com a educação destas crianças. A escuta se faz a partir da observação do contexto escolar como o grande Outro que acolhe e de uma turma pré-escolar desta instituição, também, através de entrevista semi-estruturada com diferentes grupos que compõem a comunidade escolar alunos, equipe pedagógica, equipe de assistência à educação e responsáveis , além da análise do projeto da escola. A hipótese que se formula é de que se canta porque, apesar do pedagógico e de toda a força consciente que ele exerce na educação, o sujeito do inconsciente está se constituindo e insiste em falar. Assim, o cantar e as canções assumem o lugar de linguagem, e não de um acessório que fala de um tempo lógico, de uma ciência que define etapas a seguir no desenvolvimento infantil. Os resultados do estudo mostram que o cantar e as canções remetem os personagens da pré-escola para uma fantasia de sedução necessária neste momento, mas que, também existe algo que vai mais além. O cantar e as canções alcançam o mundo do trauma e possibilitam efeitos curativos. Mais do que uma atividade, o cantar é o fio condutor que remete os personagens ao jogo simbólico, assume o lugar de linguagem e que, ainda assim, encontra resistências que dificultam sua presença e permanência na pré-escola. A partir desses resultados o presente estudo considera que é preciso repensar esta etapa da educação e a formação de seus profissionais, apontando para as contribuições que a psicanálise pode oferecer. Ouvir e refletir sobre um fazer da pré-escola foi um momento de descoberta de um sujeito que se pensa esconder, mas que não se pode controlar e que se mostra ao cantar.

ASSUNTO(S)

pre-school educação pré-escolar psicanálise sujeito do inconsciente subject of the unconscious cantar sing psychoanalysis educacao

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