O médico diante da afasia: como a linguística poderá ajudá-lo?

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2000

RESUMO

Este trabalho se propõe a rever a relação de causalidade direta lesãosintoma, quando o sintoma é afasia, através de uma crítica ao método clínico que pressupõe a necessidade de conhecer a anatomia e a fisiologia para entender como a patologia atua. Nesta perspectiva, o médico seria capaz de estabelecer o diagnóstico e o prognóstico dos diversos tipos de afasias. Diante desta relação de causalidade, ao ser problematizada, proponho que a relação de cérebro-linguagem seja de implicação mútua. Para isto selecionei alguns afasiologistas, de embasamento orgânico dentre eles destacaria Jackson, Freud e Luria, que puseram em cheque a questão de causalidade direta e na Lingüística, dei prioridade a Jakobson que propunha a observação da linguagem através do seu funcionamento. Na análise de casos, estudo a linguagem de dois pacientes portadores de afasia, através de diálogos ocorridos durante consulta médica, baseado na visão orgânica e na lingüística. Com isto, pretendo contribuir para a construção de uma maneira diferente de estudar a linguagem baseado no modelo de funcionamento lingüístico através dos eixos metafóricos e metonímicos. Como médico capturado por questões da linguagem, tenho vivido o problema em definir a diagnóstico do tipo de afasia e o prognóstico em minha clínica. Isto me fez tecer algumas considerações sobre a interpretação de um sintoma e de propor uma maneira diferente de examinar a linguagem, numa perspectiva dialógica, e contextualizada, observando o funcionamento linguistico, o que me permitiu entender como pode existir variação na linguagem dos pacientes, sem que isto signifique piora ou melhora da lesão pré-existente

ASSUNTO(S)

lesão-sintoma cérebro-linguagem núcleo de reabilitação fonoaudiologia

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