O lugar dos hospitais psiquiátricos no município de São Paulo frente ao processo de reestruturação do modelo de assistência psiquiátrica no Brasil pela voz dos trabalhadores / Psychiatric hospital´s place in the city of São Paulo subjected to the process of restructure of the psychiatric assistence model in Brazil through worker´s voice

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O objeto de estudo desta pesquisa qualitativa é o entendimento dos trabalhadores dos hospitais psiquiátricos sobre a Reforma Psiquiátrica e como lidam com esse processo. A finalidade é contribuir para a ampliação arsenal teórico prático da Reforma Psiquiátrica e propor novas luzes para a sua análise. Tem como objetivos: conhecer o que os trabalhadores dos hospitais psiquiátricos pensam sobre a função do hospital psiquiátrico no contexto da Reforma Psiquiátrica; compreender como os trabalhadores de saúde mental lidam com o processo da desinstitucionalização nas suas práticas. O cenário do estudo foi dois hospitais psiquiátricos, um público e outro privado, sem fins lucrativos, integrados ao SUS e situados no município de São Paulo. Participaram deste estudo 12 (doze) trabalhadores (de nível médio e superior). Os dados empíricos foram obtidos por meio de entrevista individual semi-estruturada. O material empírico foi analisado de acordo com as categorias analíticas: instituição, institucionalização, transição, desinstitucionalização e crise e foi referenciado em Minayo. A análise dos dados deu origem às categorias: a) o hospital psiquiátrico: o lugar da crise; b) a internação da crise; c) desinstitucionalização: a desconstrução de saberes; d) o hospital e a rede em crise; e) a persistência da cultura hospitalocêntrica; f) o hospital psiquiátrico e a família em crise; g) o hospital psiquiátrico e a sociedade. Os trabalhadores descrevem um novo hospital, cuja função é o acolhimento da crise e internação de curta permanência; identificam medidas reformistas de ordem técnica e administrativa, ocorridas no hospital como: especialização no atendimento da clientela; regime de internação de curta permanência x cronicidade; intervenção multidisciplinar x trabalho isolado; melhoria da estrutura física e de recursos humanos; melhoria da ambiência; implantação de projeto terapêutico; redução de leitos hospitalares, em função do atendimento às exigências das portarias ministeriais. Evidencia-se o entendimento de desinstitucionalização como desospitalização. Os discursos dos entrevistados evidenciam uma relação em crise do hospital psiquiátrico com a rede substitutiva de atenção à saúde mental de base comunitária. Os trabalhadores enfrentam dificuldades no processo de des-internação de pacientes com grave problemática social. O hospital psiquiátrico tem sido a própria contradição no atual modelo de atenção em saúde mental no Município de São Paulo e, portanto, nesta perspectiva, sustenta dentro de si as várias contradições advindas de sua própria gênese enquanto instituição, somadas às condições atuais em que se encontra “inexistente” na rede. O hospital psiquiátrico: lugar da crise porque lugar das contradições

ASSUNTO(S)

desinstitucionalização health professionals multidisciplinarity hospitais psiquiátricos desinstitutionalization multidisciplinaridade psychiatric hospitals profissionais de saúde

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