O lugar do sujeito na inclusÃo escolar: percalÃos e fracassos nas relaÃÃes de subjetivaÃÃo / The place of the subject in the school inclusion: setbacks and failures in the relations of subjectivity

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Um dos grandes desafios que cercam o debate do processo de inclusÃo escolar sÃo os aspectos intrÃnsecos que direcionam essa questÃo nas diferentes esferas sociais, dentre eles, a esfera individual do aluno incluÃdo. Subsidiada pela Teoria da Subjetividade de Gonzalez Rey, esta pesquisa busca enfatizar os aspectos subjetivos envolvidos na configuraÃÃo de alunos com necessidades especiais e seus professores no processo de inclusÃo escolar, a fim de alocÃ-los a um novo espaÃo de interlocuÃÃo social, como sujeitos ativos e construtivos de suas prÃprias construÃÃes e significaÃÃes. Para tanto, lanÃa como objetivo geral compreender as relaÃÃes de subjetivaÃÃo de alunos com necessidades especiais e seus professores no processo de inclusÃo escolar, e como as dinÃmicas escolares se constituem como mediaÃÃo dessas relaÃÃes. Foram participantes do estudo trÃs professoras, sendo uma do Ensino Infantil e duas do Ensino Fundamental, um aluno com transtorno global do desenvolvimento, uma aluna com deficiÃncia fÃsica e duas alunas com necessidades comportamentais, de uma escola particular da regiÃo do ABCD/SP. Os procedimentos metodolÃgicos amparados por uma epistemologia qualitativa de pesquisa, contou com recursos metodolÃgicos que incluÃram observaÃÃes, sistemas conversacionais, entrevistas de aprofundamento, que foram realizadas no acompanhamento diÃrio da pesquisadora da rotina escolar dos professores e alunos, durante o perÃodo letivo de um ano, que se estruturou em nove meses de pesquisa. As informaÃÃes foram analisadas a partir dos indicadores que contemplavam os nÃcleos de significaÃÃo, assim como os sentidos subjetivos de cada participante isoladamente. Posteriormente, puderam ser elencados nÃcleos de convergÃncia dos indicadores dos participantes divididos, nÃcleos de subjetivaÃÃo de professores e nÃcleos de subjetivaÃÃo de alunos. Os espaÃos de subjetivaÃÃo dos professores puderam ser organizados pelos seguintes eixos: 1) necessidade / impossibilidade de atividades pedagÃgicas diferenciadas; 2) consideraÃÃo / desconsideraÃÃo da complexidade do desenvolvimento e, 3) possibilidades reduzidas de identificaÃÃo / pertenÃa. JÃ os nÃcleos que contemplam a vivÃncia dos alunos; 1) construÃÃo do conhecimento x burocratizaÃÃo do ensino; 2) estereÃtipo do aluno perfeito x sofrimento pelo fracasso; 3) valorizaÃÃo excessiva do âeuâ x consideraÃÃo da alteridade. Compreender a relaÃÃo de interdependÃncia entre esses espaÃos vividos e configurados por professores e alunos em suas rotinas escolares, possibilitou a conclusÃo de que para repensarmos a transformaÃÃo das realidades sociais dos alunos com necessidades especiais e seus professores no processo de inclusÃo escolar, e sua inclusÃo efetiva do ponto de vista psicolÃgico e social, a fim de que configurem sentidos atrelados a sua autorepresentaÃÃo, com resguardo as suas diferenÃas e alteridades, com a garantia de intercÃmbios sociais satisfatÃrios que os aloquem a esfera interacional em suas relaÃÃes, Ã urgente incorporarmos a instauraÃÃo nos procedimentos pedagÃgicos, dinÃmicas e processos dialÃgicos que possibilitem aos sujeitos posicionarem-se, discordarem, concordarem, submeterem-se, subverterem-se, refletirem, dentro de suas reais possibilidades de desenvolvimento nas esferas individuais e sociais.

ASSUNTO(S)

inclusÃo desenvolvimento humano psicologia inclusion human development special needs necessidades especiais subjectivity subjetivaÃÃo

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