O itinerário de doadores de sangue: reflexões acerca da micropolítica no cuidado de enfermagem

AUTOR(ES)
FONTE

Physis: Revista de Saúde Coletiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Estudo qualitativo, desenvolvido à luz da etnometodologia, com o tratamento dos dados a partir da análise do discurso das 26 entrevistas não-estruturadas e dos registros da observação participante em diário de campo. Teve como objetivo analisar o itinerário de candidatos a doadores de sangue num serviço de hemoterapia (SH) do Rio de Janeiro. O itinerário dos doadores de sangue se constitui desde a sensibilização até o transcurso para a doação, envolvendo a saúde e os múltiplos contextos da vida dos candidatos, e toma corpo no espaço micropolítico de trabalho. Prevaleceram os doadores de reposição (65,4%), caracterizados por grupos de familiares, de amigos, colegas de trabalho, vizinhos e, em menor número, por pessoas que doam sem nenhuma relação com o receptor. Destacamos o acesso dos doadores ao SH devido às Áreas Programáticas (AP) em que residem 46,1% dos doadores serem distintas da AP do SH e 23,1% residirem em outros municípios. No itinerário percorrido, existem as etapas antecedentes e as posteriores à triagem clínica, sendo esta destacada pela possibilidade da expressão da tecnologia leve no cuidado de enfermagem. Os significados atribuídos à doação e à motivação são individuais para cada doador. O conhecimento do itinerário possibilita a reflexão sobre o gerenciamento do espaço micropolítico em que usuários e enfermeiras se encontram, tanto apresentando o caminho que o doador percorre no sistema de saúde, como a possível definição de um modelo assistencial à luz das necessidades de saúde dos doadores para o cuidado de enfermagem em hemoterapia.

ASSUNTO(S)

enfermagem serviço de hemoterapia doadores de sangue política de saúde

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